Page 36 - 103

Basic HTML Version

O papel da impressão -
Reportagem especial
GRAPHPRINT SET/10
36
rapidamente no Brasil, a ponto de causar uma crise no
mercado gráfico. Já temos hoje opções eficientes e ren-
táveis para produzirmos baixas tiragens com alta qua-
lidade, o que viabiliza investimento na diversidade de
títulos para se atingir mais nichos de mercado. Ressalto
ainda que, se sairmos dos grandes centros brasileiros,
onde nem mesmo o papel tem seu espaço, o que dire-
mos do e-book? Um estudo encomendado pela Associa-
ção Nacional de Livrarias (ANL), revela que a maior con-
centração de livrarias está na Região Sudeste. E outros
cantos distantes, aonde só chegam os livros didáticos
comprados pelo governo? Escolas com instalações pre-
cárias, alunos que levam horas até chegar à sala de aula
terão fácil acesso ao e-book?”, indaga José Carlos Baro-
ne, diretor executivo da Müller Martini. Já Eduardo Mar-
tins de Carvalho Neto, vice-presidente da Prol, acredita
que a iniciativa da DLD é absolutamente condizente com
o momento atual: “Acho que a iniciativa das editoras de
se juntarem para terem mais força frente ao varejo é um
passo muito importante e mostra uma maturidade que
não existiu em alguns países.”
Célio Coelho de Magalhães, gerente de marketing da Bra-
silgrafica, profissional que atua na indústria de embala-
gens, acredita que a estimativa de redução de custo pro-
cede: “O papel tem uma participação importante no custo,
mesmo este sendo imune de impostos, em alguns casos.
Não usando mais o papel e consequentemente a impres-
são e o acabamento, o custo cairá sensivelmente.”
Enfim, viva à transformação. “Acreditamos que o mer-
cado de livros impressos passa por um momento de
transformação. Antes, os livros eram impressos e muitos
deles acabavam não sendo vendidos, o que gerava um
custo para toda a rede, da criação à distribuição. Esse
custo era a grande barreira, inclusive para novos auto-
res e escritores. Com o crescimento dos e-books, surge
uma oportunidade de venda de títulos antigos e também
de novos escritores, pois não é necessário produzi-lo.
Esse movimento por si só gera novas receitas para todos
os envolvidos. Os custos tendem a cair, pois parte do
valor de compra de um livro impresso é de produção,
armazenamento e distribuição do mesmo. Não podemos
Célio Coelho de Magalhães, gerente de marketing da
Brasilgrafica:
“O papel tem uma participação
importante no custo, mesmo este
sendo imune de impostos, em alguns
casos. Não usando mais o papel
e consequentemente a impressão
e o acabamento, o custo cairá
sensivelmente.”
José Carlos Barone, diretor executivo da Müller Martini
precisar a redução, porém 30% é bastante real”, observa
Marco Aurélio Serralheiro, diretor de canais de PSG da
Xerox do Brasil. Rodrigo Abreu, vice-presidente interna-
cional da AlphaGraphics, está atento: “A AlphaGraphics,
com seu braço de publicação gratuita e impressão de
livros sob demanda, o agBook, está de olho no livro di-
gital. A empresa já estuda a implantação de plataforma
para e-books, com uma provável redução no preço de
capa, pois ele elimina custos de impressão e distribui-
ção. O projeto engloba a retirada dos livros impressos
in loco, o que já agrega redução de custos de frete e
elimina tempo de entrega.”