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equilibrar e acredito que em breve estaremos no mesmo pa-
tamar de antes da crise.
Revista Graphprint: Foi publicado que o fluxo de caixa livre
no primeiro trimestre mostrou claramente a recuperação
positiva da empresa. Recuperação significa que a empresa
passou por dificuldades ultimamente?
Sem dúvida. A crise que aconteceu no mercado financeiro im-
pactou a Heidelberg. Mais de 80% de nossas atividades são
concentradas na exportação de equipamentos. Para muitos
mercados, essa foi a grande dificuldade. Quando os Estados
Unidos e a Alemanha, por exemplo, passaram por uma fase
economicamente lenta, compensamos em outros países. A
Heidelberg Druckmaschinen AG (Heidelberg Alemanha), assim
como praticamente todas as empresas situadas nos Estados
Unidos e na Europa, passou por momentos delicados durante
a crise financeira mundial. A contenção de custos nas em-
presas durante esse período atingiu diretamente os recursos
destinados ao marketing e o consequente desaquecimento da
indústria de impressão.
A melhor gestão do capital de giro e otimização do fluxo de
pagamento de despesas corporativas, o aumento contínuo da
demanda de mercado como na China e o sucesso das feiras
Ipex, na Inglaterra, e ExpoPrint, no Brasil, contribuíram para a
recuperação do crescimento da empresa.
Por isso, tomamos algumas medidas. Passamos por uma re-
estruturação, reduzindo o custo fixo da empresa em mais de
400 milhões de euros. Conseguimos também uma nova linha
de financiamento e ao triplicarmos as ações no mercado con-
seguimos pagar nossas dívidas, o que nos dá mais flexibili-
dade no dia a dia.
Revista Graphprint: As ações propostas surtiram o efeito
desejado?
Participei de uma reunião na matriz e olhamos cada atividade
da fábrica e das empresas que fazem parte do grupo para
saber onde podíamos reduzir gastos. Assim, reduzimos mun-
dialmente 20% do pessoal, pois houve queda na produção
de equipamentos e menos reformas. No Brasil foi diferente,
contamos com o mesmo nível de pessoas antes da crise, pois
temos uma grande demanda.
Revista Graphprint: Conte-nos sobre a reentrada da Heidel-
berg no segmento de impressão digital?
O mercado digital é um segmento que vem crescendo e nos
próximos anos vai ter uma fatia de 5% a 10% do segmento.
Sem dúvida é uma área que cresce rapidamente, mas o volu-
me ainda é pequeno.
Para imprimir com dados variáveis mundialmente ainda há
poucos com capacidade. As máquinas precisam ser cada vez
melhores para produzirem tiragens pequenas. Por isso, deci-
dimos que a atividade inédita no próximo ano fiscal da Hei-
delberg vai ser a reentrada no segmento de impressão digital
com máquinas adequadas entre 60 e 120 cópias por minuto.
Acreditamos assim que atenderemos desde a pequena e mé-
dia até a grande gráfica. Pensamos no futuro, o cliente vai ter
de decidir entre a impressão digital e a offset.
O produto impresso num modelo digital em pequena tiragem
com excelente qualidade pode migrar para uma impressão
offset de grande tiragem. Por isso, acreditamos nas máquinas
pequenas, pois os modelos grandes podem se tornar obsole-
“A qualidade do produto e a estrutura do
serviço são os diferenciais da Heidelberg. O
primeiro equipamento vendido certamente
leva à compra de outro modelo, pois um
cliente que não está satisfeito jamais
compraria outro da mesma marca. Uma
empresa líder de mercado tem que
lidar com vários competidores, por isso,
constantemente, investimos em tecnologia
e automação.”
ENTREVISTA
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