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GRAPHPRINT NOV/10
barraram a liberação dos nomes, pois as provas precisavam
ser impressas por Estado, cidade, escola, andar e sala de
aula. Esse problema gerou um atraso muito grande, provas
sem capa começaram a ser acumuladas, e quando faltava
uma semana e meia para os exames faltava também apro-
ximadamente um milhão e meio de capas, sendo que 65%
já tinham sido levadas para um galpão localizado no Rio de
Janeiro. Essa etapa era responsabilidade do consórcio. Foi aí
que eles pediram para cedermos uma área dentro da Plural
para que eles pudessem realizar o manuseio aqui. As provas
que faltavam eram de São Paulo e Minas Gerais, por isso não
tinha prazo, nem sentido, levá-las ao Rio de Janeiro. Sendo
muito franco e direto, nossa condição, após o pedido do con-
sórcio, era ou colocar o cliente para fora e, consequentemen-
te, colocar a prova em risco, devido ao prazo, ou ceder o es-
paço. Tudo que estou falando aqui era de conhecimento total
do governo, que no caso é representado pelo Inep. O governo
aprovou todo o processo. Foi durante o processo de manu-
seio, que foi contratado e manuseado por eles, que a prova
foi furtada por um funcionário do próprio consórcio. Lamen-
tavelmente foi dentro da Plural e isso é um fato que não tem
como discutir, mas a segurança não era nossa. A Plural não
foi envolvida no inquérito policial, nem sequer foi citada. Não
somos acusados de absolutamente nada, mas é claro que há
uma questão moral, pois nossa marca ficou relacionada ao
episódio. Imediatamente falei com o presidente do Inep e ofe-
reci a Plural para imprimir novamente para que não houvesse
prejuízo, mas todos ficaram bastante abalados com isso.
Revista Graphprint: Mas este ano a Plural apresentou a menor
proposta de preço, R$ 65 milhões. Segundo o Inep, a empre-
sa não apresentou atestados que cumprissem os requisitos
apresentados no edital, tais como segurança e sigilo da prova.
Qual a posição da empresa em relação ao assunto?
Jacomine: Primeiro que esse exame é diferente daquele que foi
impresso aqui. A logística é diferente, as provas não são mais
personalizadas e não há mais capa personalizada. O Inep con-
trata diretamente a gráfica para fazer todo o trabalho. Não há
mais divisão nem consórcio entre gráfica e governo. Acontece
que o Inep relacionou um conjunto de exigências em relação à
segurança que, sinceramente, contém normas razoáveis e ou-
tras completamente absurdas, totalmente sem sentido.
Acho também que faltou competência ao Inep para estabe-
lecer critérios em relação à produção gráfica. O órgão não
tem condições técnicas nem competência para estabelecer
critérios de impressão. Não acho que foi uma retaliação, mas
o próprio edital favoreceu muito a empresa que imprimiu an-
teriormente o exame, pois o próprio edital tem as caracterís-
ticas dessa empresa.
Por mais que a Plural tenha atendido todas as exigências
e é a única gráfica certificada pela norma de impressão de
produtos de segurança isso não pesou na avaliação. O Inep
começou a exigir da Plural atestados de capacitação técnica
que guardassem similaridade integral às características do
exame. Porém, é um exame único no Brasil e não há quem
faça um exame de 10 milhões de provas nessa condição de
segurança e sigilo. Concluo que na medida em que há uma
“A vocação, ou a nossa tendência, estabelecida pelos acionistas é atender grandes volumes. É
óbvio que precisamos ter gráficas grandes para atender grandes clientes, por que há questões de
prazo, logística e estrutura.”
“Temos planos de fazer uma expansão numa área em Santana de Parnaíba, São Paulo, e entrar
no mercado promocional, mas não no mercado de embalagens. Fechamos o ciclo da segunda
fase de expansão agora, com a chegada de mais uma rotativa, a Sunday 3000, que se torna a 11ª
primeira rotativa da empresa. Acabamos de receber uma máquina de capa e uma de lombada
quadrada, a primeira da Goss no Brasil.”