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ARTIGO
GRAPHPRINT JAN/FEV 11
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Por Dieter Brandt*
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), os dados consoli-
dados do IBGE haviam apontado queda de 1,6% da produção da indústria gráfica
brasileira no ano de 2009 em relação a 2008. Já os dados de setembro de 2010
mostram um aumento de 6,52% na produção da indústria no acumulado dos
últimos 12 meses, de outubro de 2009 a setembro de 2010. A produção do setor
já superou os níveis do bom ano de 2008, anterior à crise, em 3,85%.
As projeções da Abigraf são de que o setor encerre 2010 com crescimento de
4,2% em relação ao exercício anterior, quando faturou R$ 23 bilhões. No ano pas-
sado, 45% desse movimento foi relativo ao segmento de embalagens de papel
cartão, que, no primeiro semestre deste ano, foi o que também mais contribuiu
para a expansão setorial, com aumento de 14,2%.
Considerados um “termômetro” da atividade econômica, os dados das gráficas
de embalagem são extremamente positivos. Os números evidenciam o cresci-
mento do setor, que tem investido em equipamentos de ponta e tecnologia e
está cada vez mais apto a atender ao crescente mercado nacional e à expansão
demográfica indicada no Censo 2010, que mostrou serem mais de 190 milhões
os habitantes do País. É preciso considerar que, além do maior número de brasi-
leiros, também se verificou expressivo crescimento da classe C, constituída por
famílias com renda de R$ 1.115 a R$ 4.808, que passaram a representar 52%
da população.
De acordo com Marcelo Néris, economista da Fundação Getulio Vargas e autor
do trabalho “A nova Classe Média”, a expansão da renda per capita dos pobres
no Brasil, entre 2001 e 2008, foi de 72%, alcançando quase 10% ao ano. As
principais causas desse positivo fenômeno foram o aumento da massa salarial,
responsável por quase 33% da melhora; o Programa Bolsa-Família (17%); e a
Previdência (15%).
Nesse cenário, o segmento de embalagens de papel cartão tem missão muito
importante, pois é estratégico no sentido de contribuir para que toda essa gama
de novos consumidores seja atendida com produtos de qualidade. Como se sabe,
esses invólucros são bastante adequados, sob o aspecto de conservação e se-
gurança, para o acondicionamento, dentre outros itens, de alimentos, medica-
mentos e cosméticos (estes últimos têm no Brasil o seu segundo maior mercado,
atrás apenas dos Estados Unidos).
Ademais, as embalagens de papel cartão apresentam numerosos diferenciais:
versatilidade; infinitas possibilidades de tamanhos, formas e espessuras; super-
O impacto da nova classe média
brasileira no segmento de embalagens
fície que facilita a inserção de conteúdos informa-
tivos sobre os produtos; facilidades quanto à lo-
gística e distribuição; apresentação e impressão
perfeitas; apelos de marketing e integração às
campanhas publicitárias; importante influência
na decisão de compra do consumidor no varejo;
valor agregado ao produto pela beleza e caráter
lúdico; e perfeito posicionamento visual nas gôn-
dolas dos pontos de venda. O potencial é enorme,
especialmente em um país como o Brasil, que
está em plena fase de desenvolvimento e com
forte crescimento. Além disso, embalagens de
papel cartão podem ser absolutamente alinhadas
à causa da sustentabilidade, pois sua matéria-pri-
ma é reciclável e advém da cultura de florestas, já
que no Brasil não se derruba uma árvore sequer
para o processamento de papel e celulose.
*Dieter Brandt é presidente da Heidelberg para a
América do Sul