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ARTIGO
GRAPHPRINT MAI 11
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Do papel pardo às embalagens
* Por Sidney Anversa Victor e Pedro Vilas Boas
Das mercadorias embrulhadas em papel pardo ou jornal no pró-
prio ponto de venda, há mais de 50 anos, até os produtos alimentí-
cios oferecidos no comércio já devidamente embalados em papel
cartão nas fábricas, a revolução nesse campo foi gigantesca. O
acondicionamento e proteção de produtos são, agora, apenas uma
das funcionalidades da embalagem.
A embalagem de papel cartão representa atualmente 46% de toda
a produção do parque gráfico nacional. Os atributos desse mate-
rial para as indústrias alimentícia, farmacêutica, de cosméticos,
higiene pessoal e limpeza, dentre outras, vêm consolidando o pro-
duto como preferencial do chão de fábrica ao consumidor final.
O desenvolvimento da embalagem em papel cartão, com impres-
são e acabamento sofisticados, ajuda hoje produtos a terem pro-
moção, interação e comunicação com o consumidor pelo fato de
se poder inserir conteúdos informativos em sua superfície de ma-
neira lúdica e atraente. Outro ponto forte é a  qualidade das cores
e imagens, recursos gráficos que resultam em embalagens mais
bonitas e expressivas.
O fato é que a embalagem em papel cartão tornou-se uma espécie
de outdoor do produto, representando para a maioria dos itens
dispostos em gôndolas o único meio de exposição, divulgação e
apelo de venda – de acordo com pesquisas recentes, 90% dos
produtos em pontos de venda não têm qualquer apoio de comuni-
cação, como campanha de propaganda, publicidade ou marketing.
Com infinitas possibilidades de formas e espessura, no aspecto
da logística e distribuição, tem enorme contribuição por ser re-
sistente, versátil e de fácil transporte, agregando ainda mais valor
ao material. No âmbito socioambiental, tornou-se reconhecido
item de proteção ao meio ambiente, já que o processamento de
papel cartão é proveniente, em sua totalidade, de florestas plan-
tadas para fins industriais. As florestas plantadas, em seu período
de crescimento e até o corte, sequestram grande quantidade de
carbono na atmosfera, ajudando de modo direto na contenção do
aquecimento global.
Além disso, a embalagem de papel cartão é totalmente biodegra-
dável e 100% reciclável pós-consumo – o Brasil recicla 3,8 mi-
lhões de toneladas por ano de papel cartão e reaproveita 100%
das aparas pré-consumo do mesmo material.
Assim, o estímulo ao uso da embalagem em papel cartão tornou-
-se fundamental nos dias de hoje. Os aspectos positivos que pro-
porcionam ao usuário final (com qualidades diversas de manuseio
e capacidade informativa), aos negócios (pela facilidade de opera-
ção logística e promocional) e ao meio ambiente são argumentos
decisivos para acreditar em uma expansão ainda mais significati-
va do material no cotidiano do brasileiro.
* Sidney Anversa Victor é diretor do GE-EMBA – Grupo Empresarial de
Embalagens da Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica),
região de São Paulo. Pedro Vilas Boas é executivo de estatística e pro-
duto da Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel)