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suporte para transformar o mercado”,
apostou e comprovou o diretor de ma-
rketing da Prolam.
Durante a apresentação, Marcello disse
que não adianta apenas ter a vontade
de apresentar vantagens competitivas
e inovação: “É preciso acreditar que dá
para inovar, que é possível apresentar
algo novo que não necessariamente tenha
o apelo da redução de preço. A termola-
minação agrega valor ao produto, sim.
Quando o produto é laminado seu valor
de venda cresce muito. Hoje dois produtos
iguais, exceto pela laminação, têm uma di-
ferença de 70%. A integração da laminação
faz com que o produto tenha valor melhor de
mercado e que se mantida a margem, pois é
um produto com visual diferente, o resultado
proporcional é melhor do que o anterior.”
Marcello ainda aconselhou sobre o preço.
“Temos de sair dessa situação única de
preço. E pior, preço baixo. Temos de olhar
para produtos que tenham valor de venda
mais interessante. Temos de quebrar pa-
radigmas; preço baixo não leva ninguém
a lugar nenhum. Há novos caminhos e
produtos que contribuem para o negócio.
Podemos catequizar a tribo de uma ma-
neira consistente. Produto com maior va-
lor agregado, sendo confiável, é aceito e
não estamos falando de mentiras.”
O diretor de marketing da Prolam
comprovou em números a ideologia
positiva da sua empresa. “Pensando
em coisas novas, em mercados inédi-
tos ou desbravados, nos últimos cinco
anos, a Prolam cresceu 250%. Para
que atingíssemos este crescimento,
a Prolam teve de inovar e criar novo
posicionamento de mercado. Sempre
distribuímos filmes, porém o proces-
so de produção sempre foi feito com
equipamentos manuais. Hoje temos
mais de 50 equipamentos vendidos, a
média é de um por mês. A Prolam está
apta a atender o cliente no desenvolvi-
mento técnico, independentemente se
o equipamento é Prolam ou não. Temos
uma filial em Recife”, avisou Marcello,
acrescentando que o mercado de luxo
no Brasil cresceu 11% em 2010 e deve
crescer mais 30% em 2011.
O presidente da Abigraf-PE, Eduardo Car-
neiro Mota, abriu o segundo e último dia
do evento. “Com base nos indicadores
setoriais e nos resultados apresentados
podemos atribuir ao setor gráfico per-
nambucano algumas qualidades: grande,
pelas dimensões de seus números e por
sua relevância econômica e social; onipre-
sente, por sua forte ocorrência em todos os
municípios do Estado; indispensável, por
sua quase inesgotável gama de produtos
e serviços, com aplicações nos mais dife-
rentes campos de atuação das empresas,
instituições e, principalmente, no dia a dia
das pessoas; resistente, pela longevidade
de suas indústrias; aberto, povoado por
empresas de todos os portes e formatos,
sem impor barreiras relevantes à entrada
de novos competidores e concorrido, pois
apresenta grandes e médias empresas
competindo com micro e pequenos produ-
tores na maioria dos segmentos clientes do
setor. Hoje não apenas vamos à luta com
investimentos em inovação, qualificação e
Segundo dia do evento
marketing. Quando falo em inovação, refi-
ro-me às boas práticas de gestão e tam-
bém ao desenvolvimento tecnológico dos
equipamentos. Segundo dados da Abigraf
Nacional, entre os anos de 2008 e 2010, a
indústria investiu R$ 4 bilhões em equipa-
mentos e os investimentos geraram, em
2010, 11 mil postos de trabalho. Em 2011,
a maioria das empresas fornecedoras do
setor consultadas avalia que a região deve
crescer no mercado gráfico a uma taxa de
5% nos próximos anos. Um dos principais
fatores de transformação, apontam, será
a migração dos equipamentos analógicos
para os digitais”, enumerou Mota.
Mão de obra foi outro assunto explorado
pelo presidente. “De acordo com estudos
da Abigraf, o volume de pessoal emprega-
do na indústria gráfica nordestino cresceu
11,6% nos últimos anos, mais do que mé-
dia nacional, que foi de 7,4%. A rotativida-
de da mão de obra na Região Nordeste é a
menor do país, 32,6% ante 37,9% nacio-
nal”, falou Mota.
Para finalizar, o presidente afirmou que
escassez de mão de obra é um problema
já vivido na região: “Faltam gestores nas
diversas áreas de atuação e, certamente,
vamos precisar qualificar dezenas de pro-
fissionais nos próximos anos. Sabemos,
por estatísticas, que cada vez que o país
cresce mais de 4% ao ano falta mão de
obra qualificada. Levando-se em conside-
ração que o PIB de Pernambuco cresceu
9,3% no ano passado, verifica-se o quanto
é grave o problema enfrentado pelo setor.
Esse quadro se agrava quando se verifica a
migração de mão de obra para outros seto-
res, principalmente para empresas instala-
das no Complexo Industrial de Suape. É um
fenômeno que preocupa grande parte dos
empresários gráficos e tem sido também
objeto de estudo por parte do governo. Fal-
ta, contudo, uma ação mais eficaz em ter-
mos de capacitação profissional e de apoio
público que possam conter essa migração
descontrolada de trabalhadores de outros
segmentos para o polo de Suape”, avisou.