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ENTREVISTA
GRAPHPRINT OUT 11
12
Farinha e Silva:
É necessário
considerar a questão em cada
sub-setor. O parque exportador
de celulose de mercado conta
com unidades de topo de linha,
modernas e competitivas em ní-
vel mundial. O parque industrial
papeleiro conta com algumas
unidades muito competitivas  e
de razoável economia de esca-
la, porém a grande maioria das
suas fábricas é de porte médio e
pequeno, atuando em mercados
locais.
Atualmente uma boa parte do
setor papeleiro encontra-se em
posição defensiva, sofrendo
com importações oriundas de
regiões como a Ásia, onde se
desenvolveu uma sobrecapa-
cidade de produção em alguns
graus, como papéis revestidos
de imprimir e escrever e em-
balagens. Essa sobrecapacidade foi incentivada pela dispo-
nibilidade de fnanciamento muito barato, que possibilitou a
instalação de unidades modernas de grande capacidade de
produção. Além disso, boa parte da região conta com boa in-
fraestrutura para exportação, moeda subvalorizada, ambiente
tributário favorável e legislação ambiental mais permissiva.
GRAPHPRINT:
Outra citação do senhor é o desenvolvimento
de produtos. Há mercado inexplorados? Quais?
Farinha e Silva:
É mais uma questão de se manter não só
atualizado, mas tentar desenvolver uma liderança em setores
que são estrategicamente im-
portantes. Hoje essa liderança
existe, por exemplo, nas práticas
de silviculturas quando da im-
plantação de forestas plantadas
e na produção de celulose para
mercado. As regiões desenvolvi-
das, como a América do Norte e
Europa Ocidental, há muito que
redirecionaram os seus esfor-
ços de crescimento, migrando
da produção de celulose para
exportação, para o desenvol-
vimento de produtos de maior
valor agregado. Têm investido
pesadamente em áreas como a
nanotecnologia, eletrônica im-
pressa, produtos de consumo di-
ferenciados para fns sanitários,
entre muitas outras aplicações.
Essa é uma concorrência que
será preciso enfrentar, não só na
eventual conquista de mercados
no exterior, mas também na competição com produtos impor-
tados que apresentem um apelo ao consumidor, sem similar
oferecido pelo mercado local.
GRAPHPRINT:
É saudável para o mercado brasileiro a entrada
de papéis importados? Em sua opinião, como evitar que es-
ses produtos entrem ilegalmente?
Farinha e Silva:
É saudável caso seja uma competição ética
e não uma competição alavancada por prática de subsídios
nos países de origem, moeda artifcialmente subvalorizada,
ou mesmo burla em relação à legislação existente. Evitar que
“O Brasil já é líder no mercado de celulose branqueada de eucalipto, tendo exportado no ano
passado 8,3 milhões de toneladas, e a Fibria é o maior produtor mundial do produto. Estão em
execução dois grandes projetos: um no Mato Grosso do Sul, o projeto Eldorado, e outro projeto no
Maranhão, da Suzano. Os dois produzirão cerca de 3 milhões de toneladas anuais.”
“Atualmente uma boa parte do setor papeleiro encontra-se em posição defensiva, sofrendo com
importações oriundas de regiões como a Ásia, onde se desenvolveu uma sobrecapacidade de
produção em alguns graus, como papéis revestidos de imprimir e escrever e embalagens.”