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ENTREVISTA
GRAPHPRINT OUT 11
14
GRAPHPRINT:
Os países que compõem os BRICS irão aumen-
tar a demanda por diferentes tipos de papéis, evidentemente.
Destes, o Brasil é o que tem mais possibilidade de cresci-
mento?
Farinha e Silva:
Os países que compõem os BRICS para os
quais se prevê um maior crescimento da demanda, para
quase todos os tipos de papéis,
tanto em termos relativos como
absolutos, são China e a Índia. Isto
explica-se pela grande massa po-
pulacional, o crescimento do PIB
e a melhoria do poder aquisitivo
da população, partindo de pata-
mares notavelmente mais baixos
que no Brasil, em especial no caso
da Índia. O Brasil tem previsto um
crescimento vigoroso da oferta de
celulose para mercado. O seu con-
sumo de papéis deverá depender
do comportamento da economia
como um todo, com ênfase nos
papéis para embalagem e papéis
sanitários.
GRAPHPRINT:
Na Europa, em re-
lação ao consumo de papéis, qual
é o país que diminuiu o consumo
radicalmente e qual manteve o
consumo?
Farinha e Silva:
Melhor dividir a Europa em Europa Ocidental
e Europa Oriental. Na média de consumo de todos os tipos
de papel, a Europa Ocidental tem vindo com um crescimen-
to do consumo praticamente estagnado, ou mesmo negati-
vo, como no caso dos papéis para impressão. Essa não tem
sido uma tendência radical, mas sim um processo durável,
motivado por diversos fatores, como saturação de mercado
para algumas qualidades de papel, substituição de mídias de
comunicação e publicidade, baixo crescimento do PIB e ou-
tros. O Leste Europeu encontra-se num estágio de desenvol-
vimento mais baixo, de certa maneira semelhante aos países
ditos emergentes. Aí o crescimento deverá ser mais vigoroso.
A atual crise com que se debate a Europa deverá impactar o
mercado global como um todo.
GRAPHPRINT:
O senhor crê que a entrada de novas tecnolo-
gias, como iPad, iPhone e e-books,
contribui para a queda de deman-
da?
Farinha e Silva:
O avanço da comu-
nicação eletrônica sobre alguns se-
tores gráfcos é um fato incontes-
tável, atingindo principalmente os
meios de comunicação efêmera, de
curta duração, como os jornais, ou
quando se pretende estocar gran-
des volumes de informação de ma-
neira prática. O preço de compra de
um e-book é outro fator. À medida
que os tablets e aparelhos para
leitura eletrônica se tornem mais
acessíveis e vulgarizados, esse
impacto deverá tornar-se maior.
No entanto alguns setores deverão
ser pouco afetados, principalmente
aqueles onde a leitura possui um
caráter mais lúdico, quando o livro
ou revista se torna um objeto de
prazer sensorial que se pretende
disponível e permanente. Outros setores até crescerão, como
o papel para impressoras domésticas. Papéis de uso estrutu-
ral, como embalagens, papéis sanitários e papéis especiais,
obviamente não serão afetados.
Interessante o surgimento da eletrônica impressa em bobinas,
como circuitos e baterias. Essa tecnologia, onde se investem
rios de dinheiro em pesquisa, pode dar origem a toda uma
variedade de produtos que serão híbridos, combinando a ele-
trônica com um suporte de matéria fbrosa. As possibilidades
são incríveis e as primeiras aplicações  já estão no mercado.
“O Brasil tem previsto um crescimento vigoroso da oferta de celulose para mercado. O seu consumo
de papéis deverá depender do comportamento da economia como um todo, com ênfase nos papéis
para embalagem e papéis sanitários.”