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Balanço - Fabricantes
GRAPHPRINT DEZ 11
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Se pegarmos os últimos 16 anos, o governo brasileiro já pagou mais
de R$ 2 trilhões só de juros, sem correção, porque se corrigirmos,
o montante chega a R$ 6 trilhões. Acredita que essa é a maior
anomalia que nós temos na economia brasileira? Qual o reflexo
disso para a empresa e, consequentemente, para o setor gráfico?
Agfa
“Pergunta muito abrangente, pois precisamos melhorar, em muitos aspectos,
leis e tributos no Brasil; nosso crédito ainda é muito caro e lento, muita bu-
rocracia e juros caros. Reflete diretamente no bolso do empresário brasileiro
que pago muito alto para ter linhas de créditos para investimentos em bens de
capital. O que posso mencionar é que hoje os principais bancos oferecem cré-
ditos mais baratos e com juros menores para projetos que envolvam produtos
mais ecologicamente corretos, como a solução Agfa Azura, por exemplo, que já
conta com cerca de 200 instalações no País”, fala Souza.
Ampla
“Por sermos fabricantes de bens de capital, o impacto deste absurdo que pa-
gamos de juros é a dificuldade de se destinar verbas e se ter taxas de juros
comerciais em níveis razoáveis para a formação bruta de capital fixo, que é o
investimento em infra-estrutura e máquinas e equipamentos para integrar o
ativo imobilizado das empresas. Então, enquanto o País avança, na melhor das
hipóteses, a uma taxa média de crescimento de 3,5% ao ano, nossos pares
emergentes crescem a 7, 8, 9%. Isso reflete, sim, no montante destinado a in-
vestimentos e aquisição de novos equipamentos, afetando diretamente nosso
negócio”, fala Viana.
Müller Martini
“Obviamente o que mais impacta nas indústrias, que precisam investir em
equipamentos, cuja tecnologia de ponta exige que seja importada, são os im-
postos em cascata incidentes sobre produtos importados”, fala Barone.
Radial
“O encarecimento do crédito e a redução dos juros deve ser acompanhada da
redução do spread; pior do que os juros são a carga tributária e a legislação
trabalhista”, fala Maselli.
Screen
“Sabemos todos e concordamos com o fato de os impostos de importação para
o nosso mercado serem muito altos, limitando os investimentos que poderiam
ser, sem sombra de dúvida, muito maiores dos atuais. Hoje o Brasil é sinônimo
de bom investimento para o mercado tecnológico. Um dos poucos países, nes-
sa difícil época de crises em mercados que sempre se mostraram superiores
ao brasileiro, onde poderíamos ter um forte crescimento econômico interno,
porém ditado pelas decisões do atual governo”, fala Cialone.
-prima e outros recursos inerentes à pro-
dução. “Além disso, temos buscado lançar
produtos com alta eficiência energética. Por
exemplo, a Samba XT 3216, que lançamos
em 2011, consegue produzir oito vezes mais
que uma impressora Targa Elite, lançada em
2009, porém consumindo apenas duas vezes
mais energia elétrica”, completa. Cialone re-
vela que a Screen está focada na redução
de recursos energéticos desde 2001: “Re-
ferente à redução de consumo energético
dos CtPs da Screen, nossos equipamentos,
ao longo dessa última década, reduziram
o consumo energético para a produção de
chapas térmicas. Se analisarmos a redução
de emissão de dióxido de carbono, um bom
Mauricio Maselli, gerente geral da Radial
Tecnograf:
“Creio que os maiores investimentos
foram feitos entre 2007 e 2010.
Agora, os investimentos são feitos
pelas empresas que planejam
a médio e longo prazo. As
empresas oportunistas estão mais
cautelosas.”