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ENTREVISTA
GRAPHPRINT MAR 12
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sária. Muitas empresas podem crescer, mas a realidade é que
aquelas que souberem complementar seus processos com a
impressão digital criarão ofertas completas.
Há outro aspecto embutido nesse tema. Antes comprávamos
máquinas para durar 20, 30 anos. A máquina, na realidade,
é um meio para produzir aquilo que o cliente precisa e sua
necessidade muda rapidamente. Daqui a três ou cinco anos, a
necessidade, provavelmente, será muito diferente.
Aqui, o equipamento digital, que parecia desperdício do ponto
de vista da gráfica convencional, passa a ser realidade tan-
gível ainda que atinja níveis de produção mais baixo do que
outros sistemas. Comprar um equipamento offset pensando
em usá-lo por 30 anos não é uma decisão muito sensata atu-
almente É difícil pensar que daqui a 30 anos usaremos a
impressão offset do mesmo jeito. É uma mudança total de
cultura e ainda estamos no meio dela.
GRAPHPRINT: Você enxerga 2011 como um bom ano para
a indústria gráfica?
Costa:
Já não sei mais o que é ano típico ou atípico. Em 2011
tivemos uma inversão de tendência, ou seja, o segundo se-
mestre, em função do desempenho da economia brasileira,
que é tradicionalmente muito melhor do que o primeiro se-
mestre, foi pior do que os primeiros seis meses do ano. No
segundo semestre, as gráficas ligadas à área industrial e,
principalmente, aquelas ligadas à área de embalagem sofre-
ram muito. A partir de agosto de 2011 o mercado parou. Logo,
tivemos um final de ano ruim e que, seguramente, assustou,
além de prejudicar muitos investimentos.
Voltaremos, creio, ao normal em 2012, sé é que o normal exis-
te, claro. As alterações econômicas estão sendo feitas e vai
depender também do que pode acontecer no exterior.
Talvez não tenhamos uma Drupa tão forte em relação à edição
passada. É o momento de repensar. Definitivamente não dá
para comprar equipamento e pensar que ele vai vender. O
investimento é específico, é um produto para determinada
demanda.
Em outubro passado conversei com o presidente da Heidel-
berg e ele falou que essa Drupa vai ser o evento do repensar
quais serão os novos modelos e como, a partir da tecnologia,
modificar a maneira de produzir.
GRAPHPRINT: E como anda a ANconsulting?
Costa:
Pensamos ininterruptamente no reposicionamento de
mercado com foco forte na área digital. Trabalhamos com
fornecedores, diversas gráficas, editoras e clientes finais no
ajuste de aplicativos.
Foi muito crescente no último semestre e continuará a evo-
luir a questão da informação. O conhecimento e o reposicio-
namento, além, claro, da vontade de transformar, são pre-
ponderantes. A própria concretização do instituto de gestão
e a disseminação de boas práticas de gestão são fatos rele-
vantes. Assim, enfim, levaremos novas ideias para a América
Latina e para a Europa.
“Como tendência enxergamos que a
empresa moderna tem de fornecer
meios de comunicação e ampliá-los. A
ANconsulitng marca forte presença na
impressão digital e por isso lidamos com
um conjunto de soluções. Uma gráfica, por
exemplo, pode ser hoje uma fornecedora
de serviço de marketing.”
“É o momento de repensar.
Definitivamente não dá para comprar
equipamento e pensar que ele vai vender.
O investimento é específico, é um produto
para determinada demanda.”