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GRAPHPRINT JUN 12
EDITORIAL
Sobretudo, a impressão
da Alemanha
Faz frio na Alemanha. Ao menos para um brasileiro – no meu caso, marinheiro
de primeira viagem – a temperatura, que beira 80 mil geladeiras abertas
simultaneamente, é, evidentemente, congelante. O clima no encerramento do
evento, mais precisamente no dia 16 de maio de 2012, veio para relembrar
que estamos, sim, na Europa, e na Alemanha, que apesar de gélida é um país
que entra no sonho de qualquer viajante.
Os ventos cortantes uivam de pavilhão em pavilhão e racham os lábios dos
novatos em solo europeu. Procurei, então, a nossa famosa manteiga de
cacau. Entre gestos, mímicas, após o pedido feito num inglês desafinado,
a farmacêutica disse que na Alemanha esse tipo de produto não é
comercializado. Indicou, porém, um silicone que reveste as áreas afetadas
pelas condições climáticas alemãs. Comprei o produto e resolvi minha
situação.
Atravessando os pequenos obstáculos, começa a saga de GRAPHPRINT
em busca da notícia. Não dá para negar que a Drupa é surpreendente, e
inicialmente assusta. Os trens, que levam quase dentro do pavilhão, são
tomados por várias línguas. No segundo dia de visitação, identifiquei,
pelo menos, cinco idiomas circulando pelos meus ouvidos. É um negócio
instigante, um evento que precisa ser vivenciado para ser compreendido.
Já nos corredores dos pavilhões tive a oportunidade de encontrar brasileiros e
gráficos que tiveram a oportunidade de visitar o evento em edições passadas.
Sem exceção, disseram que a Drupa é digital. Incontestavelmente.
A discussão não tomou o rumo de qual empresa diminuiu ou aumentou o
tamanho do seu estande, pois chegamos à conclusão de que essa referência
não é muito confiável. Para efeito de comparação, a própria organização da
feira informou que no dia de abertura houve uma queda de 30% em relação
ao número de visitantes de 2008. E a redução foi realmente comprovada pela
organização da feira, conforme pode ser lido na matéria de cobertura nas
próximas páginas.
Pois bem, entre cervejas e joelhos de porco – revestidos pela familiar
pururuca e acompanhado pelo divino aspargo – foi possível notar o interesse
do empresário brasileiro tanto pelos equipamentos tradicionais como pelos
digitais. Como a Drupa é o evento tido como referência, ao ditar tendências
mundialmente, podem crer: o digital não é antes, nem depois… é agora. E,
pasmem, não necessariamente está ligado às pequenas tiragens. Por meio
de cálculos, softwares e – atenção – formatos, é possível virar vanguardista.
Olhem com carinho para o cenário digital sem abandonar o convencional.
Esqueçam a ideia de que é necessário ter uma impressora digital para atender
a pequena demanda do cliente. Na atmosfera digital, a procura implícita é
grande. Há novos substratos carecendo de impressão. Isso é inovação, sem
preconceitos com o novo muito menos com aquilo que já existe no mercado.
A frase retumbante da Drupa 2012 foi: “Quem não pensar digitalmente, sem
esquecer da demanda offset, claro, ficará na estação passada. E o trem da
demanda, que às vezes anda rápido, em outras, devagar, nunca sai do trilho
nem estaciona.”
Um dia antes do encerramento da Drupa, a cidade
de Dusseldorf comemorou o retorno do time local
à primeira divisão da Bundesliga. O Fortuna, após
empatar por 2 x 2 no segundo jogo – o primeiro
fora vencido por 2 x 1 em Berlim contra o Hertha
–, após 15 anos retorna à elite do futebol alemão.
Antes que eu me esqueça: continua frio, muito frio.
Quente mesmo é a edição que se apresenta.
Diretamente da Alemanha fechamos então o
editorial sem perder a oportunidade de repetir:
repensar seu modelo de negócio não significa
abandonar a essência da empresa, muito menos
se aventurar em mercado desconhecidos.
A Drupa 2012 veio para comprovar que com
tecnologia, máquina – offset e digital – e
conhecimento do campo de batalha há um
futuro amplo, com vários e lucrativos nichos.
Experimente novos desafios, combata os conceitos
arcaicos e transforme-se no núcleo de soluções
dos clientes.
Vida longa ao impresso, seja ele offset ou digital.
Vida longa e saudável à indústria gráfica brasileira
e mundial. Já o frio, com cerveja e um bom joelho
de porco, dá para encarar numa boa. Com silicone.
Saudações Graphprintenses
Fábio Sabbag