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GRAPHPRINT SET 12
EDITORIAL
O pelo da galinha e os Piratas do Caribe
Realizada no dia 19 de agosto, a coletiva de imprensa da 22ª Bienal Internacional do Livro
de São Paulo mostrou que cerca de 750 mil pessoas visitaram o evento. Somente no dia 18
de agosto passaram pelo Pavilhão de Exposições do Anhembi 123 mil visitantes, batendo
todos os recordes da história do evento.
A Câmara Brasileira do Livro (CBL), promotora, e a Reed Exhibitions Alcantara Machado,
organizadora, estão satisfeitas com os resultados do evento. A CBL, em parceria com as
editoras, conseguiu trazer para São Paulo cerca de 1.180 autores, dentre consagrados e
novos talentos, 18 deles internacionais. Apresentou, aproximadamente, 1.829 lançamentos
de livros nos 34 mil metros de exposição.
Os números do evento desmentem a afirmação de que a Bienal está morrendo: esta edição
teve aumento de 37% no número de expositores, 18% na área ocupada e 14% na extensão
da programação cultural. O número de alunos das escolas públicas e particulares que visita-
ram a Bienal do Livro chegou a 120 mil, vindos da capital e interior do Estado de São Paulo.
Visitei a 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que aconteceu entre 9 e 19 de agos-
to no pavilhão de Exposições do Anhembi, por três dias. Com o tema “Livros transformam
o mundo, livros transformam pessoas”, o evento mostrou uma programação abrangente,
mesclando literatura com diversão, negócios, gastronomia e cultura. Exceção ao preço ab-
surdamente caro do estacionamento (R$ 30,00). No entanto, friso que o preço do estaciona-
mento não é de responsabilidade da Bienal, mas sim uma questão relacionada à cidade de
São Paulo. Os estacionamentos valem ouro, mas os carros se desvalorizam escandalosa-
mente. Isso é outro assunto, mas, por acaso, conhece alguém que quer comprar meu carro?
Não resisti à tentação e coloquei o chip do cartão - crédito e débito - para funcionar. Foi
possível comprar livros por R$ 10,00. Evidentemente, a unidade. Há livros infantis por R$
1,00 se é que esse valor ainda é praticado no Brasil.
Notei, ao menos, dois expositores chineses. Curioso, perguntei qual era o motivo da apre-
sentação na feira. Num inglês que beira o incompreensível, o chinês disse:
- Estamos `ploculando’ quem precisa de impressão. Você conhece?
- Não, respondi instantaneamente.
O mais engraçado vem agora. Uma garotinha de uns três anos de idade sai gritando pelo
estande com um livro na mão:
- Mãe…mãe…passa o dedo aqui e sente o pelo da galinha.
Calmamente, a mãe explica que galinha não tem pelo, e sim pena. A galinha em questão
fora impressa com o efeito flocagem. Mesmo assim, noto, tanto na mãe como na criança, o
olhar surpreso direcionado ao livro.
Cá entre nós, atentamente preso ao diálogo entre filha e mãe, consigo escutar outra pérola
da criança:
- O urso que vive dentro desse livro tem o pelo branquinho, branquinho. Ele não se suja
mãe?
Sem dar tempo para a mãe processar a informacão, a criança sai com essa:
- Queria ser esse urso que não precisa tomar banho!
Esperta, a mãe sente que é o momento certo para comprar o livro.
O impresso, acompanhei ao vivo, fez a criança conhecer o ‘pelo` da galinha e ter contato
próximo com o urso polar. Apresente-me uma tecnologia que tenha esse poder?
Já em outro estande, após escolher alguns títulos, escuto a conversa de uma senhora, creio
eu, 50 e lá vai pedrinha de anos, falando ao celular:
- Comprei o livro Piratas do Caribe.
Silêncio para o outro lado da linha falar.
- Que filme nada. É um livro chamado Piratas do Caribe. É
um livro, não DVD, dos Piratas do Caribe da América do Sul.
Confesso que eu parei de ler o prefácio, da minha futura
aquisição, e prestei ainda mais atenção na conversa.
O outro lado da linha deve ter dito algo assim como: Piratas
do Caribe da América Sul?
Devolve a senhora: - Sim, é um livro que tem na capa Evo
Morales, Rafael Correa, Fidel Castro e Hugo Chavez. Seu
nome é Piratas do Caribe - O eixo da esperança. Entendeu?
São duas histórias que tive o prazer de acompanhar. Sin-
ceramente fiquei contente. Enquanto o livro aliado aos re-
cursos gráficos e acabamentos diferenciados toma porrada
pela frente, vejo, ao mesmo tempo, pessoas, das mais di-
versas idades, interagindo com o papel.
E a Bienal comprova o poder da leitura. Opção é o que não
falta. Lá, é possível conhecer o “pelo da galinha”, “explorar
os novos piratas do caribe” e, de quebra, acompanhar via
aplicativo - por meio de tablet ou smartphone – as novida-
des do evento. Em tempo: A Bienal do Livro de SP 2012
teve 84,7 mil seguidores pelo Facebook e houve 12 mil
compartilhamentos. Já no Twitter, foram 17,3 mil seguido-
res e dois mil retweets.
Saudações Graphprintenses,
Fábio Sabbag
Saudações Graphprintenses
Fábio Sabbag