Revista Graphprint - Edição 182

Artigo GRAPHPRINT DEZEMBRO 17 50 Não é incomum o relato de clientes afirmando que os valores de suas capturas e referên- cias de cores mudaram por motivos desconhecidos. Ou seja, uma mesma amostra que estava ok num dia, parece fora de padrão no outro. Por mais curioso que esse fenômeno possa parecer, suas causas não têm nada de des- conhecidas. Na verdade, essas causas são atribuídas às alterações de temperaturas, que acabam por afetar a medição das cores. MUDANÇA DE COR? Sim, exato. Todo material muda de cor de acordo com a temperatura. Isso porque ocorre alteração nos comprimentos de onda de luz refletidos, modificando nossa percepção. Al- gumas vezes, essa mudança é leve, de forma que nosso olho não a capta; porém, noutras, ela é mais perceptível. Contudo, no caso de uma medição profissional para captura de referência colorimétrica para produção, a variação, ainda que mínima, é notada pelos equi- pamentos, e não deve passar despercebida, principalmente, em produtos para os quais a cor é elemento crítico. Esse fenômeno é comum em colorantes usados para mídias cerâ- micas, esmaltes, tecidos, objetos plásticos, metais etc. Dá-se o nome de variação termocromática às cores que se alteram mediante variação de temperatura. E, de fato, ela impõe desafios que demandam medições constantes e previsão de como essas cores podem variar de acordo com a oscilação térmica, como, por exemplo, empresas sediadas em locais em que a sazonalidade climática é brusca, como altas temperaturas no verão e temperaturas muito baixas no inverno. Nesses casos, aconselha-se que haja um controle preciso do ambiente de trabalho, sobretudo, onde as medições de referência são feitas. Além disso, deve-se considerar como a cor de determi- nado produto se comportará quando exposta às variações térmicas. Existem equipamen- tos que automaticamente solicitam nova calibração ao detectar mudança de temperatura, permitindo ser mais assertivo na captura de padrões. Outro fator de risco para problemas termocromáticos encontra-se em empresas que pos- suem atuação em segmentos diversificados, em países distintos, cujas temperaturas po- dem ir do frio ao calor tropical. ESTÁGIOS DE RESFRIAMENTO Tome filme plástico, por exemplo. Se você medir isso quando estiver saindo da extrusora, certamente receberá uma medida diferente após esfriar até a temperatura ambiente. Se você capturar a tolerância quando o filme estiver quente, mas o cliente verificar a emba- lagem à temperatura ambiente, provavelmente haverá variação e seu produto não passará na inspeção. *Alexandre Zerbatto, diretor da X-Rite Quer obter precisão na captura de cores? Então, cuidado com a temperatura! Por Alexandre Zerbatto*

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