Revista Graphprint - Edição 183

GRAPHPRINT Jan/Fev 2018 29 Insumos A demanda nacional por produtos químicos de uso industrial, medida pelo consumo aparente nacional (CAN), levantado pela Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim, encerrou 2017 com crescimento de 6% sobre o ano anterior. O crescimento foi alcançado pela retomada da atividade econômica em setores que são clientes da indústria quími- ca como a indústria automobi- lística, linha branca, construção civil, entre outras. Outro fator é a fraca base de comparação dos três anos anteriores. A produção local teve alta de 1,85% no ano passado com destaque para o resultado espe- cífico dos últimos três meses do ano, em que a variável cresceu expressivos 5,78% sobre igual período do ano anterior, regis- trando o melhor quarto trimes- tre dos últimos dez anos. No entanto, a demanda de produtos químicos de uso industrial no mercado nacional vem sendo ocupada cada vez mais pelos produ- tos importados, que em 2017 tiveram alta de 21,1% sobre 2016 e passaram a representar 38% de toda a demanda nacional por pro- dutos químicos, recorde desde 1990. Já as exportações tiveram um leve recuo e fecharam o ano com uma queda de -0,03% em igual período de temo. O aumento da presença dos produtos importados também afetou o uso da capacidade instalada que ficou em 79% em 2017, um ponto abaixo do patamar de 2016. “A retomada da economia é positiva, mas a realidade é que o Brasil Retomada mundial da economia começa a produzir efeitos no Brasil CRESCIMENTO ECONÔMICO PODERIA SER MUITO MAIOR SE HOUVESSE UMA POLÍTICA INDUSTRIAL QUE PERMITISSE AGREGAR VALOR AOS RECURSOS NATURAIS BRASILEIROS ainda é um dos países que menos crescem no mundo, com uma expectativa de crescimento do PIB de 2017 em 1,1%, segundo dados do Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas”, afirma o presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo. O exe- cutivo ainda explica que o Brasil tem todas as ferramentas para crescer, pois já conta com as principais empresas multinacio- nais instaladas no País, além de empresas nacionais maduras e que se internacionalizaram. “O País ainda é rico em matéria- -prima, biodiversidade, tem alto potencial para geração de ener- gia limpa e será autossuficiente na produção de gás natural já em 2022. Estamos deixando de aproveitar a oportunidade de trabalhar em uma política industrial que agregue valor a nossa indústria e gere mais em- pregos de qualidade à população”. A diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovan- na Coviello Ferreira, avalia que para o setor químico é importante retomar as bases da competitividade para voltar a operar à plena carga e, no médio prazo, atrair investimentos em novas capacida- des. “As dificuldades de competição no mercado doméstico se de- vem às matérias-primas, cujo custo é muito elevado no País, ener- gia com peso excessivo de encargos, infraestrutura deficitária e cara, custo-Brasil, dentre outros pontos, que precisam ser atacados de forma contundente”.

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