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ARTIGO
GRAPHPRINT AGO/09
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Por Dieter Brandt *
Não é incomum empresários gráficos estarem atentos aos indicadores econômicos
nacionais e mundiais. O motivo é óbvio: num mundo globalizado, não se pode mais
olhar economias como itens isolados, mas sim sempre num contexto maior.
A recente crise mundial, contudo, parece ter mostrado que, mais do que em qualquer
momento em sua história, o Brasil criou raízes de uma economia sólida, com institui-
ções bancárias fortes e com uma blindagem de otimismo que permeia suas empre-
sas e investidores. Desde maio de 2009, o Brasil tem crescido de novo, como prova de
que os países do Bric estão saindo mais rapidamente e mais fortalecidos da crise.
Tal otimismo se reflete na rápida recuperação de vários setores de mercado, inclusive
o gráfico, o que faz com que 2010 se torne o ano ideal para novos negócios. Para nos-
sa felicidade, é um período que coincide com a ExpoPrint Latin America, que, diante
da onda de recuperação e de novos investimentos, certamente se solidificará como
um dos maiores eventos gráficos regionais do mundo.
Também não é novidade para ninguém o Brasil constar como uma futura potência
econômica, ao lado de China, Índia, Rússia e de outros candidatos, como Chile, África
do Sul etc. Mas é igualmente sabido que existem entraves (importantes) para que o
País deslanche em seu desenvolvimento. Um deles é a educação, um problema que
parece crônico e que existe em praticamente todos os segmentos de mercado, e
nosso segmento gráfico não é exceção.
É louvável e muito importante ações como as que escolas e instituições de ensino
técnico, como o Senai, têm desempenhando nos últimos anos no ramo da qualifica-
ção profissional. Mas ainda há muito a ser feito. A educação no Brasil possui proble-
mas crônicos que precisam de iniciativas arrojadas unindo sociedade e governo para
serem sanados.
Recente entrevista com Viviane Senna, irmã de Ayrton Senna e que está à frente do
instituto que leva o nome do piloto tricampeão mundial de Fórmula 1, ilustra bem
esse quadro. Segundo ela, o descaso com a educação brasileira está fazendo com
que o País “perca” seus jovens para as drogas e para a informalidade, fruto da des-
qualificação técnica.
Por outro lado, existem exemplos saudáveis do que se pode fazer com investimento
na educação. Países menos desenvolvidos até poucas décadas atrás, como Coreia do
Brasil: obstáculos
para um crescimento
sustentado
Sul, Chile, Peru e Tailândia, têm colhido os frutos do investi-
mento maciço na qualificação do cidadão como profissional
e como ser humano.
Creio que o Brasil está no rumo certo, mas que ainda há mui-
to a ser feito para tirar os séculos de atraso no sistema edu-
cacional. Cabe a nós, empresários e formadores de opinião,
bem como a governos e órgãos competentes, arregaçarmos
as mangas e unirmos esforços para que um novo Brasil,
mais esclarecido e educado, surja. Somente assim estare-
mos realmente prontos para concorrer mundialmente com
outras nações mais desenvolvidas no aspecto educação e
obter um crescimento sustentado.
Todo o mercado, incluindo o gráfico, ganhará com isso.
* Dieter Brandt é presidente da Afeigraf (Associação dos
Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a
Indústria Gráfica) e presidente da Heidelberg para a América
do Sul