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BALANÇO
GRAPHPRINT AGO/09
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Balança comercial da indústria gráfica fecha 1°
semestre com déficit de US$ 7,73 mi
A balança comercial da indústria gráfica fechou o
primeiro semestre de 2009 negativa em US$ 7,73
milhões. No mesmo período no ano passado, a ba-
lança se apresentava com déficit de US$ 27,24
milhões. No entanto, o mercado gráfico se movi-
mentou menos em relação ao primeiro semestre
de 2008. Foram gerados US$ 111,74 milhões em
exportações, cerca de US$ 40 milhões a menos
que no ano passado. Já as importações caíram
para US$ 119,47 milhões, queda de aproximada-
mente 33%. As informações são do Departamento
de Estudos Econômicos (Decon) da Associação
Apesar da crise, algumas gráficas conseguem manter
faturamento
Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), com base em dados da Secretaria do Comércio Exterior
(Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Os segmentos que mais movimentaram o mercado de exportação foram: embalagens (35%),
cadernos (18%), cartões impressos (16%), produtos editoriais (14%), impressos promocionais
(9%) e etiquetas (5%).
No âmbito das importações, os segmentos responsáveis pelo maior ingresso de produtos im-
pressos foram: produtos editoriais (38%), cartões impressos (20%), embalagens (19%), impres-
sos promocionais (13%), etiquetas (5%) e cadernos (1%).
Os principais destinos das exportações seguem sendo os EUA, com 27% dos produtos, seguido
pela Argentina (12%), Venezuela (9%), Portugal (5%), Paraguai e Gana (4% cada). As importa-
ções foram dominadas pela China, com 16% do mercado; seguida de EUA (15%), Espanha (10%)
e Reino Unido (8%).
Assim como os demais setores da economia, a indústria gráfica foi pega de surpresa pela
crise econômica que abalou o mundo no final de 2008 e acabou prejudicando os números do
primeiro semestre de 2009. Mas algumas gráficas que contavam com uma gestão bastan-
te ajustada conseguiram, mesmo diante de um cenário pessimista, manter os níveis produ-
tivos e de faturamento do ano passado e já vislumbram melhoras para o segundo semestre.
Entre estas empresas está a Resolução Gráfica, de Taubaté, interior de São Paulo. Após três
anos consecutivos de crescimento em torno de 80% no faturamento, a empresa conseguiu
manter os números do primeiro semestre de 2009 nos níveis obtidos em 2008. “Vejo isso com
bons olhos, pois houve uma retração geral tanto no varejo quanto na indústria, onde se con-
centram a maior parte dos nossos clientes”, disse Hélio Nascimento um dos sócios da gráfica.
De acordo com Nascimento, a fórmula que garantiu que a empresa, mantivesse os índices
mesmo com a retração do mercado é uma soma de fatores que incluem gestão ajustada
dos custos, que são revistos sistematicamente, investimentos em tecnologia e automação,
bem como gestão eficiente da mão-de-obra. “Como essas medidas são uma rotina na em-
presa e estamos sempre atentos à rentabilidade real do negócio, estávamos bem prepara-
dos para passar por esse período de incerteza e teremos mais fôlego para disputar merca-
do neste segundo semestre, no qual esperamos
que o mercado esteja mais comprador”, disse.
A expectativa da direção da gráfica é que nesta
última metade de 2009 haja crescimento, ainda
que discreto, pois neste período, naturalmente as
empresas já costumam investir mais em comuni-
cação. Além disso, os insumos básicos de produ-
ção, como papel matizes e tintas, retrocederam
aos níveis pré-crise, promovendo o repasse ao
mercado e aumento das margens reais de lucro.
“Estamos otimistas, mas sabemos que essa é uma
análise de curto prazo e que está bastante sujeita
ao humor de mercado, mas acreditamos que como
temos feito bem a lição de casa estamos prepa-
rados para diversas situações de mercado”, disse
Hélio.