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EQUIPAMENTOS HÍBRIDOS
GRAPHPRINT ED. 96
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Nos últimos anos, grande parte do parque de máquinas, tanto no formato de 40”
como de 29”, foi equipada com unidades de verniz, o que mostra que existe uma
demanda muito grande no mercado para esse tipo de impresso híbrido. Atualmen-
te, o Brasil é um local onde a proporção de máquinas equipadas com unidade de
verniz é especialmente grande.
Dentro da impressão plana, quando se fala de sistema de impressão híbrido, em
geral é feita referência às máquinas offset planas equipadas com uma unidade de
verniz, que poderia ser chamada mais acertadamente de unidade de impressão
flexográfica (que, na maioria das vezes, vai ser utilizada para aplicar verniz, mas
também poderia imprimir um verniz dourado ou metálico). Portanto, está se com-
binando impressão offset (quatro ou mais cores) com uma impressão flexo.
O presidente da Gutenberg, Klaus Tiedemann, observa que as unidades de impres-
são flexo integradas em máquinas offset são hoje em dia todas equipadas com
tinteiros fechadas (chamber inkers) e rolos anilox para fazer a dosagem da quan-
tidade de verniz a ser aplicado sobre as folhas. “Em geral, as máquinas offset são
fornecidas de fábrica com dois rolos anilox de lineatura diferente, para aplicação
ou só de verniz protetivo, ou verniz mais espesso, para dar brilho. Alguns clientes
encomendam três ou mais cilindros diferentes. Como a troca de cilindros demanda
algum tempo, a maioria das gráficas acaba utilizando um só tipo de cilindro anilox
para todos os trabalhos.”
Como opção, informa Tiedemann, os grupos de impressão flexo de verniz podem
vir equipados para a utilização de verniz UV de alto brilho. Neste caso, o secador
precisa ser UV ao invés de IR. “Das máquinas Komori que fornecemos nos últimos
três anos no Brasil, mais de 75% foram equipadas com unidade flexo de verniz.
Destacam-se também as máquinas oito cores com reversão, equipadas com unida-
de de verniz. Isto torna a máquina extremamente versátil, pois ou é utilizada como
máquina 4/4, sem verniz, ou é utilizada como uma máquina 5-6 cores com verniz.”
Outro tipo de híbrida que desponta no mercado, segundo o presidente da Guten-
berg, é a máquina com cold foil associada ao processo offset. A máquina adaptada
a esse processo de impressão híbrida possui um primeiro grupo impressor que
aplica uma cola (ou verniz) sobre a folha, que logo em seguida entra no segundo
grupo impressor que aplica uma película metálica (prata) tipo cold foil. Seguem
quatro ou cinco grupos impressores offset, que imprimem sobre a película pra-
teada, conseguindo efeitos de ouro, bronze e cores metálicas. “As possibilidades
de criação neste processo de impressão são muito amplas, pois diferentes cores
metálicas podem estar lado a lado, em sequência, ou até em diagonal, o que no
processo antigo de hot foil não era viável pelo próprio processo. A Komori for-
Unindo tecnologias
Com a possibilidade de juntar processos de
impressão, os equipamentos híbridos são
alternativa para redução de etapas e otimização
dos trabalhos gráficos.
neceu várias máquinas no formato 29” (o pro-
cesso não se justifica para máquinas maiores,
pois, em geral, são utilizadas para impressos
de luxo de pouca tiragem) equipadas com cold
foil (nos EUA, Holanda e Japão, por enquanto).
Algumas dessas máquinas da Komori ainda são
equipadas com unidades de relevo e corte, au-
mentando ainda mais sua versatilidade.” Essas
máquinas são verdadeiramente híbridas, argu-
menta Tiedemann, pois além de combinarem
dois processos de impressão (offset e cold foil)
ainda combinam processos de acabamento (re-
levo e corte).
Qualidade e flexibilidade
Richard Möeler, gerente comercial da MAN Fer-
rostaal, afirma que este é ummercado crescente
em todo mundo e também no Brasil, com mais
procura por revistas, catálogos, jornais, manu-
ais e demais produtos que combinam cadernos
impressos em papéis revestidos e não revesti-
dos. “Existem várias categorias de equipamen-
tos híbridos. Refiro-me aqui às impressoras ro-
tativas offset híbridas, com configurações que
combinam as tecnologias coldset com heatset
ou UV”, ressalta ele, lembrando que na indústria
de jornais há, também, cada vez mais interesse
por rotativas que possam imprimir jornais com
qualidade superior e com flexibilidade para a
produção também de impressos comerciais ou
semicomerciais.
Möeler destaca que existe a demanda por estes
produtos e há fabricantes de rotativas com equi-
pamentos adequados para este tipo de produção
combinada. “O que se nota é a entrada de novas
tecnologias adequadas para novas necessida-
des que o mercado apresenta. Destaco, princi-
palmente, o desenvolvimento da tecnologia de
cura UV para rotativas verticais. Esta tecnologia
empregada em torres otimizadas para este tipo
de produção é especialmente interessante para
a combinação com torres de impressão coldset.
São típicas configurações híbridas com a versa-
tilidade que o mercado busca.”
Por Marcos Mila