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Sinergia do setor editorial para enfrentamento da crise

04/02/2009 - 00:02
Por Alfredo Weiszflog*

Como editor, ex-presidente da câmara Brasileira do Livro (CBL) e empresário militante em todas as causas voltadas ao desenvolvimento do mercado, sempre defendi a união e coesão de toda a cadeia produtiva do setor editorial. Nesse sentido, vejo a CBL, muito além de sua função representativa e política, como um grande fórum promotor da sinergia e ponto de congruência de editores, livreiros, distribuidores e creditistas.

Em minha gestão na presidência (1985-1989), trabalhei muito para ampliar esse conceito de atuação conjunta. É por absoluta coerência que, embora não seja candidato a cargo algum nas eleições da CBL, em 18 de fevereiro próximo, defendo a candidatura de Rosely Boschini (Editora Gente), que se lança à reeleição, à frente da chapa "Trabalho e Seriedade”, constituída por empresários do mais alto nível e com legítima representatividade em todos os segmentos do mercado editorial. Explico: em seu primeiro mandato, Rosely Boschini, como poucos dirigentes da CBL fizeram até hoje, promoveu a aproximação entre todas as entidades representativas do livro e escancarou as portas da entidade aos associados.

Essa capacidade de articulação e a vontade política de estabelecer tal sinergia são reconhecidas pelo mercado, inclusive dirigentes de entidades de classe, que tornaram público seu apoio à chapa "Trabalho e Seriedade”: Sonia Jardim, presidente do Snel (Sindicato Nacional dos Editores de Livros); Luís Antonio Torelli, presidente da Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL); Valter Kuchenbecker, Presidente da Associação Brasileira das Editoras Universitárias (ABEU); e Milena P. Duchiade, presidente da Associação Estadual de Livrarias do Rio de Janeiro.

Neste momento em que o mundo enfrenta uma das mais graves crises da história do capitalismo, é preciso enfatizar a necessidade de o mercado editorial atuar de maneira cada vez mais sinérgica e coesa, somando esforços, discutindo soluções para todos os seus segmentos, defendendo o livro e encontrando alternativas para mitigar o impacto do crash internacional nos negócios.

Mais do que nunca, devemos entender que bons concorrentes não são inimigos, mas sim empresários que atuam unidos pela valorização e aprimoramento do mercado. Também é fundamental que editores, distribuidores e livreiros estabeleçam estratégias conjuntas — e muito eficazes — para manter e, se possível, ampliar o volume de vendas em meio à turbulência. É imprescindível que o setor do livro, este formador de consciências e pai da cidadania, dê um exemplo de que é possível estruturar uma equação mercadológica baseada na lógica de que todos devam ganhar. Afinal, ninguém precisa perder para que outro leve vantagem!

Assim, entendo como positiva uma das prioridades da chapa "Trabalho e Seriedade” para a gestão da CBL, que é consolidar a entidade como pólo de encontro, entendimento, diálogo e busca de soluções para o fortalecimento do setor e, de modo mais premente, para o enfrentamento da crise. Tenho confiança no sucesso dessa meta, considerando a capacidade dos empresários de toda a cadeia produtiva do livro. O processo político-democrático na entidade é importante, estimulador de debates construtivos e gerador de boas ideias e propostas. Fechadas as urnas e apurados os votos, porém, o setor do livro deve emergir do processo eleitoral com absoluta coesão e ainda mais fortalecido para enfrentar e vencer as adversidades conjunturais.

*Alfredo Weiszflog é presidente do Conselho de Administração da Editora Melhoramentos

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