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Brasil conquistará o quarto lugar entre os maiores produtores mundiais de celulose

10/02/2009 - 00:02
Projeções da Bracelpa indicam que o País superará a Finlândia e a Suécia

Com projeção de um total de 12,85 milhões de toneladas, o Brasil conquistará em 2008 o quarto lugar no ranking dos produtores mundiais de celulose. Segundo dados da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), o País deverá superar a Finlândia (12,5 milhões de toneladas) e a Suécia (12,4 milhões de toneladas), que, respectivamente, ocuparão a quinta e a sexta posições. Enquanto o País subirá da sexta para a quarta colocação, os outros dois produtores perderão uma colocação em relação aos resultados do ano passado.

O crescimento projetado da produção nacional é da ordem de 7,1% em relação a 2007, quando as empresas do setor totalizaram 12 milhões de toneladas de celulose. “Essa é uma importante conquista, principalmente nesse momento em que analisamos os efeitos da crise financeira internacional e seus reflexos no setor”, afirma Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da Bracelpa. Segundo ela, a meta é manter esse posto no ano que vem. No entanto, as expectativas do setor para 2009 serão anunciadas somente no final do primeiro trimestre, quando será possível avaliar com mais profundidade os reflexos da crise financeira internacional no mercado, uma vez que o setor é altamente exportador.

“O importante nesse momento é que a competitividade e a produtividade brasileiras estão imunes à crise. Estamos muito bem estruturados para, após essa fase conjuntural, sairmos mais fortalecidos que nossos concorrentes”, afirma Elizabeth. Dois fatores são importantes diferenciais do setor em relação à concorrência. Primeiro, as empresas de celulose e papel instaladas no Brasil são referência mundial em manejo florestal e sustentabilidade, com destaque para o fato de que 100% da produção de celulose e papel no Brasil vem de florestas plantadas, que são recursos renováveis. Além disso, o setor investiu muito em pesquisa e, hoje, as florestas plantadas alcançaram a maior produtividade do mundo – em média, 41 m3/ha/ano para o eucalipto e 35 m3/ha/ano para o pínus.

É importante ressaltar, ainda, que os principais concorrentes do setor, na Europa e América do Norte têm maior custo de produção em relação à madeira e à energia, o que levará ao fechamento de algumas fábricas. Outras, por sua vez, estão se tornando obsoletas. Além disso, esses mercados também sofrem os reflexos da crise internacional. “Esses fatores, somados à expectativa de crescimento dos países emergentes, depois da crise, inclusive do País, serão fundamentais para as definições do mercado nos próximos meses”, diz Elizabeth. Nesse momento, para o setor, uma importante medida emergencial do governo seria o aumento da oferta de linhas de crédito para exportação. Outro ponto importante, que envolve também os governos estaduais, seria a liberação do crédito de ICMS relativo às exportações e a criação de um regime especial que interrompa a geração desses créditos para exportações futuras.

Até que o cenário esteja mais definido e pela falta de linhas de crédito e de financiamento, as empresas revisaram seus investimentos. Projetos em fase final de execução serão concluídos em 2009, enquanto alguns investimentos foram postergados. “Mas nenhum foi cancelado”, completa a presidente da Bracelpa.

Em 2008, as projeções apontam que o saldo da Balança Comercial do setor será de US$ 4,2 bilhões, indicando um crescimento de 23,2% em relação a 2007 (US$ 3,4 bilhões). Destaca-se o aumento das exportações de celulose, que passou de US$ de 3,0 bilhões, em 2007, para US$ 3,9 bilhões, em 2008, com variação de 30,6%. Em 2008, a participação do setor no superávit da Balança Comercial Brasileira de janeiro a novembro foi de 17,4%, e deverá ser mantida até dezembro.

A Bracelpa elabora, em conjunto com as empresas, um Plano de Trabalho para fortalecer a competitividade do papel produzido no País. Em 2008, a produção cresceu de 9,0 milhões de toneladas para 9,2 milhões de toneladas, com variação de 2,1%, enquanto a importação aumentou de 1,097 milhão de toneladas para 1,33 milhão de toneladas (21%). O consumo aparente cresceu 5,3%, de 8,0 milhões de toneladas para 8,5 milhões de toneladas.

“O Brasil tem potencial para aumentar o consumo per capita de papel. Entretanto, é preciso criar condições para se aumentar a escala e melhorar a infra-estrutura e a logística, para favorecer a competitividade da indústria nacional. Acreditamos, ainda, que políticas públicas que valorizem a Educação, além da redução de tributos, por parte do governo federal, também são fundamentais para que o setor possa alcançar mais destaque no ranking de produtores de papel”, diz Elizabeth.

Segundo a executiva, outro ponto importante é a implantação de medidas urgentes pelos governos federal e, principalmente, do Estado de São Paulo para coibir o uso indevido de papel declarado como imune de tributos. Esse desvio vem causando forte prejuízo aos produtores brasileiros, no mercado interno, pois sem o custo dos impostos, o produto desviado compete de forma ilegal com o papel tributado, gerando, ainda, evasão fiscal. Fonte: Bracelpa (www.bracelpa.org.br)

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