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Todos são responsáveis

07/04/2009 - 00:04
Por Alfried Karl Plöger*

É crucial que cada um faça sua parte para vencer a crise e viabilizar a sustentabilidade.

A civilização global, assim como ocorre no Brasil, perdeu imensa oportunidade, no prolongado ciclo de crescimento encerrado com a internacionalização da crise dos derivativos em outubro último, de solucionar uma série de problemas basais. Pendências no comércio internacional, como os desentendimentos na Rodada Doha, as mudanças climáticas, a exclusão socioeconômica de milhões de pessoas, a insegurança alimentar e os conflitos bélico-políticos são alguns desses graves gargalos da humanidade.

No Brasil, de modo particular, continuaram relegadas a segundo plano as reformas estruturais (tributária, previdenciária, trabalhista e política), as soluções para o meio ambiente, a devastação da Amazônia, a poluição, a incontinência fiscal do setor público, a burocracia, a criminalidade e outras questões que insistem em nos manter, embora emergentes, distantes do primeiro mundo.

O País e o Planeta acomodaram-se na bonança. Agora, terão de fazer as complexas lições de casa em meio a uma das mais graves crises da história do capitalismo. E se enganam aqueles que julgam ser necessário atacar apenas as prioridades momentâneas, como o restabelecimento do crédito e a normalização dos mercados. Na verdade, as adversidades conjunturais, apesar de terem seu estopim nos derivativos e nas hipotecas imobiliárias norte-americanas, resultam, numa análise mais aprofundada, de problemas estruturais, inclusive as questões ligadas à sustentabilidade.

Não haverá solução concreta para o capitalismo sem o equacionamento da preservação ambiental, da erradicação da miséria, da educação, da saúde, da habitação e também de itens relativos às normas regentes da economia. Como se vê, o mundo está diante de um imenso desafio. Vencê-lo, é importante salientar, não depende apenas dos fóruns internacionais, como o G20, e dos entendimentos entre os países nos organismos multilaterais. O sucesso da humanidade nessa missão somente será viável se cada cidadão, empresa, entidade de classe, setor de atividade e instituição fizer a sua parte.

É o que se busca fazer no âmbito da indústria gráfica. Em assembléia (São Paulo, 14 de abril) da Abigraf Nacional, sua entidade de classe, e no quotidiano de suas ações, o debate sobre a crise econômica envolve empresas de todo o País. Ao analisarmos, também, temas fundamentais para nosso setor, como a bitributação, os problemas do papel imune e a substituição tributária, contribuímos para o aperfeiçoamento do mercado e o avanço da economia.

Do mesmo modo, estamos fazendo nossa parte ao realizar, este ano, a primeira edição do Prêmio Abigraf de Responsabilidade Socioambiental, cujos vencedores receberão seus troféus em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente. Trata-se de uma resposta de nosso setor à demanda da sustentabilidade. Ações dessa natureza, além de seu valor intrínseco, são parâmetros para uma sociedade que ainda não cumpriu de modo pleno o seu compromisso com o futuro.

*Alfried Karl Plöger é presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional)

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