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Klabin tem lucro líquido de R$ 29 milhões no 1° trimestre de 2009

06/05/2009 - 00:05
A Klabin encerrou o primeiro trimestre de 2009 com lucro líquido de R$ 29 milhões contra um prejuízo líquido de R$ 314 milhões no quarto trimestre de 2008. O volume de vendas da companhia teve redução de 8% se comparado ao mesmo período do ano passado e 9% em relação ao quarto trimestre de 2008. A companhia encerrou o primeiro trimestre de 2009 com receita líquida de R$ 722 milhões, 2,5% inferior ao apurado em igual período de 2008. A taxa de câmbio média do período favoreceu o preço dos produtos exportados, porém a queda no volume de vendas e no preço do kraftliner impactou de maneira desfavorável os resultados da receita líquida, que foi 3% e 10% inferior ao 1T08 e 4T08, respectivamente.

Como decorrência dos investimentos realizados, a Klabin deverá elevar os patamares de exportações que, no primeiro trimestre de 2009, somaram US$ 98 milhões, representando 31% da receita líquida total da Klabin. Também em função do baixo volume de vendas nos mercados interno e externo, decorrente do cenário de crise econômica mundial, o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) da Klabin no 1T09 foi de R$ 180 milhões, com margem de 25%.

Em 31 de março de 2009 a dívida bruta da Klabin era de R$ 5,3 bilhões, ante R$ 5,4 bilhões registrados em 31 de dezembro de 2008, uma redução de R$ 78 milhões, dos quais R$ 63 milhões resultantes de amortizações de financiamentos. O endividamento líquido em 31 de março de 2009 era de R$ 3,8 bilhões. A companhia continuará mantendo sua estratégia financeira focada no pilar liquidez. A disponibilidade de caixa e as aplicações financeiras somavam R$ 1,6 bilhão em 31 de março, valor que supera as amortizações de financiamentos a vencer nos próximos 29 meses. Face aos elevados custos e prazos reduzidos, a empresa não se motivou a tomar novos financiamentos ligados a exportação. A Klabin possui 46 meses de prazo médio de vencimento dos financiamentos, sendo 39 meses para os financiamentos em moeda local e 52 meses para os financiamentos em moeda estrangeira. A dívida de curto prazo no final de março de 2009 responde por 13% do total.

Durante o primeiro trimestre de 2009, a demanda por papéis permaneceu em níveis mais baixos que no ano anterior. Dados publicados pela Associação Brasileira de Papelão Ondulado (ABPO) e da Bracelpa indicaram desempenho negativo no mercado brasileiro de 7,2% para papelão ondulado e 19% para papelcartão em relação a igual período de 2008. As exportações de kraftliner também foram impactadas pela redução do consumo europeu.

Diante disso, o volume de vendas no primeiro trimestre deste ano, sem incluir madeira, foi de 356 mil toneladas, com o recuo já citado de 8% e 9% em relação ao primeiro e ao quarto trimestre de 2008, respectivamente. Por outro lado, o volume de vendas de cartões revestidos continuou aumentando sua participação no mix de vendas da Klabin, representando 35% das vendas totais de papéis, ante 30% no primeiro trimestre de 2008. Já as vendas de papelão ondulado da empresa atingiram 101 mil toneladas no 1T09, 5% e 4% inferiores ao primeiro e quarto trimestre de 2008, respectivamente. A redução nos volumes de vendas nesses primeiros meses de 2009 deveu-se à retração econômica em diversos setores importantes para o papelão ondulado, entre eles, o de frigorificados e de avicultura, além do atraso na colheita da safra de fumo. O volume de vendas de cartões no primeiro trimestre de 2009, que atingiu 124 mil toneladas, foi 8% superior ao apurado em igual período de 2008 e 2% inferior ao quarto trimestre de 2008. A receita líquida atingiu R$ 249 milhões no primeiro trimestre de 2009, 19% superior ao primeiro trimestre e 1% inferior ao quarto trimestre do ano passado. Vale destacar que o market share da companhia nas vendas para o mercado interno atingiu 19% no 1T09, comparado com 18% em 2008. Considerando-se a totalidade da expedição brasileira de cartões, vendidos no mercado interno e externo, as vendas da Klabin correspondem a 30% das vendas do país contra 21% no primeiro trimestre do ano passado.

O volume de vendas de sacos industriais nas unidades do Brasil e Argentina no 1T09 totalizou 30 mil toneladas, 9% inferior ao 1T08 e 3% superior ao 4T08. A receita líquida no 1T09 foi de R$ 105 milhões, 2% e 3% superior ao 1T08 e ao 4T08. Com um patamar de câmbio mais favorável, os sacos industriais voltaram a ter maior competitividade, o que possibilitou esforços para o retorno a mercados externos, resultando, neste trimestre, em maiores exportações.

Em 2009 os investimentos da Klabin previstos são da ordem de R$ 300 milhões. Apesar de ainda haver um cenário econômico incerto, a Klabin deve continuar priorizando investimentos em continuidade operacional e segurança.

No primeiro trimestre os investimentos atingiram R$ 83 milhões, dos quais 50% foram alocados na Unidade de Negócios Florestal, sendo grande parte aplicada na complementação dos novos sistemas mecanizados de colheita. A Unidade de Negócios Papelão Ondulado dará continuidade aos investimentos iniciados em 2008 com a aquisição de novas impressoras e a atualização tecnológica de impressoras e onduladeiras. Tais projetos deverão aumentar a produtividade das fábricas das regiões Sul e Sudeste.

Diante do cenário atual da economia, a Klabin deverá manter uma disciplina financeira mais rígida. Dessa forma, adotou medidas para diminuir os custos fixos e variáveis: redução do plantio florestal com recursos próprios e das compras de madeira de terceiros; suspensão temporária da planta de papel reciclado de Ponte Nova (MG), concessão de férias coletivas e interrupção temporária de produção de máquinas nas unidades de papel reciclado, visando o aumento do consumo de papel kraftliner nas fábricas de caixas de papelão ondulado; antecipação das paradas programadas para manutenção, aproveitando o momento de menor demanda; e renegociação dos contratos de matérias-primas, manutenção e serviços.

Nos próximos dois a três anos a empresa concentrará seus esforços na redução do seu endividamento líquido e no aumento da geração de caixa. Para o longo prazo, Klabin prevê um novo ciclo de crescimento a partir de 2015. Desse modo, os estudos para os projetos de expansão continuam sendo avaliados, destacando investimentos que visam o aumento da área plantada com recursos de terceiros; implantação de uma fábrica de celulose com capacidade de 1,3 milhão de toneladas; e instalação de uma nova máquina de papelcartão na Unidade de Monte Alegre, com capacidade de 400 mil toneladas/ano.

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