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Os jornais brasileiros em 2008

26/05/2009 - 00:05
ANJ divulga dados positivos sobre a evolução dos periódicos nacionais.

Em 2008, os jornais brasileiros tiveram mais um ano de resultados extraordinariamente positivos. De acordo com o Instituto Verificador de Circulação (IVC), a circulação média diária aumentou 5,0% em relação a 2007, que já havia registrado elevação de 11,8% em relação ao ano anterior. Dessa forma, a circulação dos 105 jornais auditados pelo IVC chegou a 4,3 milhões de exemplares, levando a estimativa feita pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) para a circulação média diária total dos jornais brasileiros a 8,5 milhões de exemplares. Os investimentos publicitários no meio jornal chegaram R$ 3,4 bilhões em 2008, um montante recorde em termos absolutos, embora a participação dos jornais no bolo publicitário nacional tenha recuado para 15,91%, depois de ter atingido 16,38% em 2007, conforme os dados do Projeto Inter-Meios, principal referência do mercado publicitário brasileiro.

O crescimento das receitas publicitárias das diversas mídias brasileiras refletiu o desempenho da economia brasileira que vomja se mantendo ascendente ao longo dos últimos anos. A crise internacional, que se fez sentir no país no último trimestre do ano, apesar de sua intensidade, apenas atenuou o crescimento da circulação e da receita publicitária da mídia acumulada no ano. Apesar da crise, o Produto Interno Bruto do Brasil cresceu 5,1%, uma leve diminuição relativamente aos 5,4% registrados em 2007. No início de 2009, em meio a um cenário internacional de incertezas, as projeções para a economia brasileira, de acordo com pesquisa semanal do Banco Central para o ano, passaram de crescimento de 2,4%, em 02 de janeiro, para uma retração de 0,3%, em 09 de abril. Diante desta perspectiva a indústria jornalística brasileira adotou uma postura de cautela, tanto na área de circulação como na venda de espaços publicitários, tratando de ajustar seus custos frente a uma previsão de receitas inferiores às de 2008.

Nos últimos anos, os “quality papers” vêm mantendo uma circulação estável ou um aumento correspondente ao crescimento demográfico. Ao mesmo tempo, têm tratado de alcançar os segmentos sociais de renda média baixa, cujos rendimentos apresentaram crescimento real ao longo dos últimos anos, por meio do lançamento de jornais populares. Em conseqüência, os jornais populares ganharam diversas posições entre os dez diários de maior circulação no país, o que se refletiu num aumento da circulação total de jornais no país.

O aumento do investimento publicitário total e das receitas de publicidade dos jornais brasileiros, em 2008, esteve diretamente relacionado ao desempenho da economia nacional e ao clima de expectativa positiva por parte da população durante a maior parte do ano. Em conseqüência, os investimentos publicitários provenientes dos setores de varejo e imóveis foram responsáveis por 53% do total das receitas publicitárias dos jornais. Em grande medida, esse resultado foi fruto da postura comercial agressiva dos jornais no oferecimento de novos formatos e preços atrativos para os anunciantes.

As empresas jornalísticas brasileiras estão conscientes de que os últimos anos apresentaram resultados excepcionais, conseqüência de taxas de crescimento que dificilmente seriam sustentáveis no longo prazo, mesmo que a economia prosseguisse em expansão. A incerteza que tomou conta dos mercados a partir do final de 2008 faz prever que em 2009 ocorra uma interrupção desse processo. Entretanto, uma recuperação econômica (cujo início é esperado para o final deste ano), permitirá uma retomada do crescimento da circulação dos jornais impressos, em função do prosseguimento da melhoria da educação da população e de uma recuperação do nível de emprego e renda dos maiores segmentos da população. A migração de leitores de jornais para a mídia digital, que se intensificou nos países desenvolvidos nos últimos anos, é acompanhada com atenção pelas empresas jornalísticas brasileiras, que vêm se preparando para fornecer ao mercado leitor e publicitário produtos que atendam às necessidades de uma audiência híbrida (impresso e digital) mediante o oferecimento de conteúdos mais ricos e diversificados.

Obs.: Os dados apresentados no texto correspondem à pesquisa que será apresentada para a WAN sobre o Relatório Brasileiro que será publicado no World Press Trends 2009.

Fonte: www.anj.org.br.

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