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Pesquisa indica mudança no consumo de embalagens pela indústria cafeeira

13/10/2016 - 15:10

A preservação dos atributos sensoriais de qualidade desejáveis dos cafés depende, essencialmente, das condições de armazenamento dos grãos. É nesse sentido que a Klabin, maior produtora e exportadora de papéis do Brasil e líder nos segmentos de embalagens e papelão ondulado e sacos industriais, participou de um convênio para uma pesquisa inédita, cujos resultados comprovam que é possível manter a qualidade do café durante longos períodos de armazenamento e a embalagem de papel com alta barreira é a mais eficiente nesse processo. Conduzida pelo professor Flávio Meira Borém da Universidade Federal de Lavras (UFLA-MG), e em parceria com a Brazil Specialty Coffee Association (BSCA), a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), a Videplast, Bourbon Specialty Coffees e a Carmocoffees, o estudo avaliou oito tipos diferentes de embalagens para dois tipos de cafés especiais nos mercados nacional e internacional, pelo período de 18 meses.

Utilizando como referência a análise sensorial, o relatório final, publicado na primeira semana de outubro, comprova que após 18 meses de armazenamento em depósito comercial no Brasil, os resultados variaram de acordo com a embalagem usada e o tipo de café. Tanto o café natural quanto o café cereja descascado atingiram notas em todos os quesitos acima dos indicadores internacionais quando acondicionado nas embalagens de papel com alta barreira e a vácuo. Ao final dos 18 meses, todos os cafés armazenados em embalagem de papel de alta barreira atingiram níveis acima de 82 pontos, além de ser considerada financeiramente mais vantajosa pelo mercado, quando comparada à embalagem a vácuo.

Esses resultados revolucionam a trajetória de consumo de embalagens pela indústria cafeeira dos últimos anos, uma vez que o acondicionamento a vácuo até então é considerado por grande parte dos importadores de cafés como o melhor sistema de armazenamento. E a maior parcela da produção brasileira de café ainda é acondicionada convencionalmente em sacos de juta que, segundo a análise, foi a embalagem que apresentou a redução mais acentuada e rápida da qualidade do grão, atingindo nota inferior a 80 pontos logo aos seis meses de avaliação; essa perda de qualidade observada é devido à variação do teor de água dos grãos e à sua interação com o ar ambiente que esse tipo de acondicionamento proporciona.

“A mudança de cultura no uso das embalagens deve vir não apenas pelos produtores do setor cafeeiro, mas principalmente, para as cafeterias que comercializam a bebida. Estes estabelecimentos devem demandar dos fornecedores de grãos especiais embalagens eficazes para o armazenamento a longo prazo, e esse é o principal diferencial da embalagem de papel com alta barreira, manter a qualidade e por um período maior, quando comparado com as demais embalagens”, ressalta Douglas Dalmasi, diretor de sacos industriais da Klabin.

Aos seis meses de armazenamento, o café natural embalado em sacos de juta apresentou nota inferior a 80 pontos; o mesmo resultado foi identificado, ao final de 12 meses, nos produtos acondicionados em embalagens com baixa barreira. No entanto, estas embalagens de papel com baixa barreira são direcionadas ao segmento dos chamados “cafés commodity”, grãos considerados não especiais e produzidos em larga escala, pois demonstram mais eficácia para este produto quando comparada à juta.

“Em seus 25 anos, a BSCA tem buscado inovar para melhor posicionar os cafés especiais brasileiros no mercado global. Apoiamos fortemente o projeto de avaliação de novas alternativas de embalagens e temos certeza de que os produtos serão de grande utilidade para o setor, abrangendo, inclusive, uma quebra de paradigmas em relação ao empacotamento de cafés”, afirma Vanusia Nogueira, diretora executiva da BSCA.

De acordo com dados da Index Mundi, 139 milhões de sacas de café é a estimativa de produção de café no mundo em 2016, desse total o Brasil lidera o ranking com 49 milhões de sacas de 60 quilos. A estimativa de exportação para esse ano, por sua vez, é de 116 milhões de sacas de café e, mais uma vez, o Brasil assume a ponta com 33 milhões de sacas. Dalmasi informa ainda que das 49 milhões de sacas do Brasil na safra 2016/2017, mais de 24 milhões serão ensacados. “Desses, 10 milhões de sacas são grãos de cafés especiais, o que demonstra o potencial do segmento no país, que precisa se apropriar das alternativas de embalagens de papel com alta barreira para conquistar uma posição líder ao inovar nas embalagens que vão garantir a qualidade do produto exportado ao mundo”, completa o diretor da Klabin.

Os objetivos do estudo incluíram a identificação das alterações físicas e fisiológicas dos grãos de café, caracterização do perfil sensorial e descrição de sacarose, glicose e frutose dos grãos em função dos métodos de embalagem e diferentes condições de armazenamento, para tanto, os lotes dos cafés comerciais foram classificados com nota média inicial acima de 85 pontos, que classificam o café como muito bom e especial, de acordo com a escala da Specialty Coffee Association of America (SCAA). Foram realizadas seis amostragens do café natural e do cereja descascado na etapa nacional e quatro na etapa internacional. O parâmetro de análise sensorial mencionado é o que utiliza os sentidos humanos para avaliar as características ou atributos de um produto e avalia a preferência de consumidores, tornando-se assim, a principal referência dos compradores de grãos especiais globalmente.

No início deste ano, a Klabin divulgou a formação do convênio com a UFLA, a BSCA, Apex, Videplast, Bourbon e Carmocoffees para essa pesquisa e, na ocasião, também anunciou sua nova embalagem de papel com alta barreira para cafés especiais, fabricada com papel extensível de alta resistência, hermética devido ao sistema de fechamento, com filme de alta barreira e proteção à luminosidade, além de um sistema que facilita a abertura, denominado Easy Open. A Bourbon e a Carmocoffees foram pioneiras na adoção das embalagens de papel de alta barreira da Klabin, realizando as primeiras exportações. Na sequência da divulgação do estudo, outras tomaram a mesma iniciativa, como a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé). As embalagens de papel com alta barreira além do maior potencial para a preservação das características originais do café, são recicláveis e produzidas a partir de recursos naturais renováveis, produzidos com matéria-prima proveniente de florestas plantadas e certificadas da Klabin.

Para acessar detalhes do relatório final completo “Avaliação de embalagens e métodos de armazenamento para café especiais”, acesse: www.boremcafesespeciais.com.br.

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