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Crise deve limitar capacidade de exportação de embalagens e cadernos, afirma Abigraf

11/11/2008 - 00:11
Apreciação do real estimulou clientes a contratarem impressão no Exterior nos últimos 12 meses. Agora, crise mundial pode afetar mercados compradores de embalagens e cadernos brasileiros, mas o consumo interno deve absorver a produção.

A balança comercial da indústria gráfica, no acumulado de janeiro a setembro de 2008, manteve-se negativa em US$ 55,9 milhões, ante US$ 52,1 milhões no acumulado até agosto. Nos últimos 12 meses (outubro/07 a setembro/08), o déficit soma US$ 104,7 milhões. As informações são do Departamento de Estudos Econômicos (Decon) da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), com base em dados da Secretaria do Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

As importações de impressos, de janeiro a setembro de 2008, somam US$ 255,6 milhões (crescimento de 21,6% em relação ao mesmo período do ano anterior). As exportações atingiram US$ 199,6 milhões (retração de 8,6% em comparação ao mesmo período de 2007).

O acumulado das importações nos últimos 12 meses chegou a US$ 365,1 milhões, representando aumento de 31,1% em relação ao período de outubro/06 a setembro/07.

O acumulado das exportações nos últimos 12 meses alcançou US$ 260,3 mi, com retração de 6,6% em comparação ao período de outubro/06 a setembro/07.

O presidente da Abigraf Nacional, Alfried Plöger, explica que o setor havia conseguido reverter nos últimos anos o histórico saldo negativo de sua balança comercial. Posteriormente, o câmbio desfavorável, com a apreciação do real, foi um forte fator para o recrudescimento do déficit. “Agora, a crise financeira internacional, embora tenha suscitado a valorização do dólar ante a moeda brasileira, deverá reprimir alguns mercados externos compradores”.

A crise internacional deve limitar a capacidade de expansão dos produtos exportados pela indústria gráfica brasileira, especialmente cadernos e embalagens. A afirmação é do presidente da Abigraf São Paulo (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), Fabio Mortara. A depreciação do real, por outro lado, pode contribuir para a redução do déficit da balança comercial do setor, estimulando as exportações e reduzindo as importações.

“Os Estados Unidos consomem 70% das exportações brasileiras de cadernos, e a crise vai afetar fortemente este produto”, explica Mortara. Em setembro, o saldo positivo da balança do segmento de cadernos ficou em US$ 252 mil (no ano passado, no mesmo mês, o saldo ficou em US$ 1 milhão).

Com relação a embalagens, as exportações para países desenvolvidos devem diminuir. “Porém, a produção não deverá ser afetada, pois será absorvida pelo mercado interno”, afirma o empresário. A balança comercial do segmento em setembro foi de US$ 1,4 milhão (em setembro de 2007, o saldo ficou em US$ 921 mil).

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