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Certificação socioambiental gera impacto positivo em plantações no Sul do País

12/11/2008 - 00:11
A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, ESALQ/USP, acaba de concluir uma pesquisa que avalia o impacto da certificação socioambiental em empreendimentos de pinus e eucalipto, no sul do Brasil.

O trabalho foi contratado pelo Imaflora – Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola - com o objetivo verificar se, na prática, a implementação das normas socioambientais do FSC gerava impactos positivos: “Acreditamos na certificação como uma ferramenta de mudanças, mas precisávamos saber, de fato, se ela é eficiente e qual seu alcance. E para isso precisávamos de um trabalho independente”, explica Luis Fernando Guedes Pinto, secretário-executivo do Imaflora.

Foram comparados sete empreendimentos certificados e sete não certificados, nos estados de Porto Alegre e Santa Catarina, com tamanhos que variavam de 1.400 hectares a 14.000 hectares. Entre os quesitos avaliados estão, as condições de trabalho dadas aos empregados, incluindo os aspectos que envolvem saúde, alimentação e alojamento; e, no que se refere ao meio ambiente, conservação das áreas de florestas naturais, entre outros.

A pesquisa constatou os efeitos positivos da certificação em vários dos aspectos avaliados. Entre eles destacam-se: os salários e os benefícios dos trabalhadores superiores aos da mão-de-obra dos empreendimentos não certificados. A constatação vale também para a qualidade da alimentação recebida, para a utilização de equipamentos de segurança do trabalho, entre outros aspectos relacionados à saúde e segurança do trabalhador. O estudo da ESALQ verificou ainda que os empreendimentos certificados utilizam menos produtos químicos e de menor toxicidade.

Em relação aos benefícios ambientais foi identificado que, nas áreas certificadas, os empreendimentos apresentam em média, 42% de suas áreas destinadas a conservação contra os 20% previstos em lei para a região. O estudo também confirma que os plantios não estão ocasionando a redução de remanescentes da Mata Atlântica.

Embora os benefícios econômicos para os empreendimentos não tenham sido objeto específico do estudo, o trabalho da ESALQ detectou que os empresários reconhecem benefícios gerenciais para seus negócios e facilidade exportação do produto. “Os resultados confirmaram nossas expectativas. Os impactos da certificação são positivos tanto para trabalhadores contratados quanto para os temporários e para o meio ambiente” afirma Ricardo Camargo, coordenador de certificação de plantações florestais do Imaflora.

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