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Saldo da balança comercial da indústria gráfica, no período de janeiro a outubro, apresenta déficit de US$ 84 milhões

25/11/2008 - 00:11
O crescimento da impressão de revistas e livros brasileiros no Exterior é uma das principais causas de desequilíbrio da balança comercial da indústria gráfica. Os números refletem o câmbio prevalente no período, ou seja, o real apreciado em relação ao dólar. A reversão da taxa de câmbio decorrente da crise internacional poderá alterar a tendência,avalia a Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica).

De acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, no acumulado de janeiro a outubro de 2008, as exportações brasileiras de produtos gráficos totalizaram US$ 225 milhões, representando queda de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior (queda de 4,1% no acumulado de 12 meses). As importações totalizaram US$ 309 milhões, representando aumento de 25% em comparação ao mesmo período do ano anterior (aumento de 30% no acumulado de 12 meses). O déficit, portanto, foi de US$ 84 milhões, contra US$ 10 milhões, em igual período de 2007.

O início da crise nos mercados financeiros internacionais, em setembro, de acordo com análise da Abigraf, fez com que a taxa de câmbio se tornasse muito volátil, chegando a R$ 2,50/US$. Isso dificultou o processo de fixação de preços nas operações de comércio internacional de produtos industriais, inserindo-se os gráficos neste contexto. Porém, a crise não se fez sentir sobre o comércio de produtos gráficos, que segue tendências já observadas em meses anteriores, afirma a entidade.

Entre os US$ 309 milhões de importações de produtos gráficos, acumuladas de janeiro a outubro de 2008, destacaram-se os produtos editoriais (impressão no exterior de revistas e livros brasileiros), que representaram 37% (US$ 114 milhões) das importações gráficas totais, ou crescimento de 10,3% em relação ao mesmo período do ano anterior (16,7% em 12 meses). Outros segmentos também contribuíram para o incremento das importações de serviços gráficos no período: US$ 68 milhões em cartões impressos (22% do total), com aumento de 20% no período e de 32% nos últimos 12 meses; e de embalagens, cujas importações corresponderam ao valor de US$ 58 milhões (19% do total) no acumulado do período, representando crescimento de 66% no ano e de 71% nos últimos 12 meses.

No tocante aos US$ 225 milhões exportados no mesmo período de janeiro a outubro, as vendas externas de cadernos, já em declínio desde 2007, acumulam queda de 29% em relação a mesmo período do ano anterior, com US$ 43 milhões exportados neste ano. Cabe observar que no mês de outubro de 2008, isoladamente, verificou-se elevação de 11,4% das exportações de cadernos brasileiros em relação ao mês de outubro de 2007, mesmo com a crise. A crise somente se fez sentir na redução do ritmo de crescimento das exportações do segmento de embalagens, que vinham com crescimento de 11% de janeiro a setembro, e de janeiro a outubro mostraram queda de 13% em relação ao mês anterior, resultando em crescimento acumulado de 9,2% no período de janeiro a outubro de 2008, com US$ 79,6 milhões exportados.

Em decorrência do exposto, o saldo comercial da indústria gráfica encerra o período jan/outubro de 2008 com déficit de US$ 83,6 milhões, fato que, segundo a Abigraf, representa uma degeneração da situação apresentada no acumulado do mesmo período do ano anterior que até então era de déficit de apenas US$ 10 milhões. A reversão da taxa de câmbio, com a crise, provavelmente irá beneficiar o setor, reduzindo o ritmo das importações.

Segundo os dados do Caged - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a indústria gráfica brasileira gerou cerca de nove mil novos empregos no período de janeiro a setembro de 2008, totalizando 213,313 mil funcionários.

Em termos percentuais, o crescimento do emprego na indústria gráfica brasileira foi de 4,5%, de janeiro a agosto de 2008, quando comparados a igual período de 2007. Comparando-se o período dos últimos 12 meses, com os 12 meses anteriores, o crescimento do emprego verificado foi de 3,8%.

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