Revista Graphprint - Edição 190

Mercado editorial GRAPHPRINT Mar/Abr 2019 24 É fato! Mercado livreiro cresce 4,6% em 2018 PARA SE REINVENTAR, AS GIGANTES DO SETOR ESTÃO DIRECIONANDO SEUS ESFORÇOS PARA O E-COMMERCE, CUJA ESTRUTURA É MAIS ENXUTA, O QUE PERMITE A VENDA POR PREÇOS MAIS COMPETITIVOS, EM MÉDIA 10% MENORES. A ALTA DE 2018, PORÉM, FOI IMPULSIONADA PELAS PEQUENAS E MÉDIAS LIVRARIAS QUE ESTÃO SABENDO APROVEITAR ESSE MOMENTO DE FRAGILIDADE DAS GIGANTES DAS GRANDES COMPANHIAS PARA SE DIFERENCIAR E FIDELIZAR O CONSUMIDOR O mercado livreiro brasileiro faturou R$1,863 bilhão em 2018, alta de 4,59% ante ao mesmo período de 2017, quando foi reportado R$1,781 bilhão Em volume, o crescimento foi de 1,32% na mesma base de com- paração, de 43.786.939 para 44.362.987. Parte do faturamento positivo pode ser explicado pela diminuição dos descontos cedidos. A média de 2018 aponta uma diminuição de 4,14% em relação ao ano anterior, com destaque para o último período, que cedeu ape- nas 9,43% de desconto, o menor número já reportado. Entretanto, apesar de um ano vigoroso em termos de recuperação, perdeu o ritmo em função da crise dos caminhoneiros, Copa do Mundo, eleições e crise de competidores do varejo. Considerando o cenário macroeconômico, que ainda é de reto- mada do crescimento, aliada à conjuntura específica do setor, o resultado é visto com muita positividade por Ismael Borges, nosso coordenador da Nielsen Bookscan. “Diante de tudo o que vimos em 2018, qualquer crescimento, por menor que fosse, deveria ser comemorado. Porém, os resultados vieram acima da expectativa, o que mostra que, apesar de tudo, o mercado livreiro está segurando as pontas”, afirma. O ano de 2018 foi marcado pela entrada em recuperação judi- cial por duas gigantes do setor, o que causou o fechamento de lojas e um enorme efeito dominó. Esse impacto fez com que o mercado questionasse os efeitos da consolidação em poucos players e o modelo de vendas por consignação, que atualmente responde por 80% das vendas - o ideal é que essa lógica fosse in- vertida. “A consignação é mais adequada para livros sem históri- co de vendas e promoções. A regra de acerto é muito demorada, em alguns casos até um ano e isso impacta diretamente no fluxo de caixa das livrarias”, afirma Borges. Para se reinventar, as gigantes do setor estão direcionando seus esforços para o e-commerce, cuja estrutura é mais enxuta, o que permite a venda por preços mais competitivos, em média 10% menores. A alta de 2018, porém, foi impulsionada pelas pequenas e médias livrarias que estão sabendo aproveitar esse momento de fragilidade das gigantes das grandes companhias para se diferenciar e fidelizar o consumidor. “Quando quer fazer o que a internet faz, que é simplesmente vender, a livraria de menor porte perde porque o livro online é mais barato. O caminho, então, é oferecer uma experiência diferenciada ao consumidor”, explica Borges. “O maior aprendizado de 2018 é a percepção de que realmente não existe crise de consumo de livros. Apesar de todos os fatores, o público consumidor/leitor buscou meios de manter a biblioteca abasteci- da”, finaliza. Esses são alguns dos dados do 13º Painel das Vendas de Livros no Brasil em 2018, apresentados pela Nielsen Bookscan e pelo Sin- dicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL). Os números têm como base o resultado da Nielsen BookScan Brasil, que apura as vendas das principais livrarias e supermercados no país. * T. Mercado – Período 13: 2017 (04/12 a 31/12/2017) x 2018 (03/12 a 30/12/2018) ** T. Mercado – Total WK01 / WK52: 2017 (02/01 a 31/12/2017) x 2018 (01/01 a 30/12/2018 Fonte: Nielsen | Nielsen BookScan

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