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O papel da impressão -
Reportagem especial
GRAPHPRINT SET/10
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Para Érico Tanaji, analista de comunicação e sustentabi-
lidade da Oki Printing Solutions do Brasil, outros fatores
são preponderantes: “Na companhia temos a percepção
que, apesar da redução de custo da matéria-prima, como
o papel e o acabamento do encarte, obtida na confecção
de livros e demais mídias impressas, temos uma ver-
tente que é a viabilidade econômica para que a popu-
lação adquira um equipamento que possibilite o acesso
às mídias eletrônicas. Atualmente, além do notebook,
temos computadores pessoais extremamente portáteis,
conhecidos como tablets, que são aparatos tecnológi-
cos ainda onerosos para a grande maioria da população.
Outro fator questionável é o fato dos impactos ambien-
tais que provocam a produção e descarte desses equi-
pamentos eletroeletrônicos. Atualmente, são processos
que apresentam muito mais riscos quanto à degradação
ambiental; para a produção de equipamentos eletroele-
trônicos há a necessidade de materiais plásticos, na sua
grande maioria, que possuem substâncias halogenadas,
como os clorofluorcarbonetos (CFC), difenilas policlora-
das (PCBs), cloreto de polivinila (PVC) e retardadores de
chama bromados, bem como o amianto e o arsênio 8, e
demais resinas, sem contar os metais pesados, como
mercúrio, chumbo, cádmio e cromo, que ao serem des-
cartados inadequadamente podem causar sérios danos
à saúde pública. Ainda é bastante incerto que as pes-
soas se desapeguem tão facilmente da segurança que
transmite a mídia impressa, principalmente no que se
refere a durabilidade, confiabilidade e qualidade dos do-
cumentos.”
Poluidores ou não, fato é que o livro virtual chegou. “Não
há como ignorar a tecnologia. Entretanto, esse fato não é
o anúncio de morte do livro impresso. O hábito e o prazer
da leitura são ensinados às crianças desde pequenas. E
como negar, aos pequenos, a liberdade de tocar e virar
páginas recheadas de cores e ideias? Um livro é muito
mais do papel, é a porta para a imaginação, para a refle-
xão. Cabe ao leitor escolher o formato mais adequado à
sua expectativa. Mas, será que o e-book oferece a mes-
ma emoção? E será que o público em fase de alfabe-
tização, por exemplo, consegue o mesmo resultado de
interação usado um e-book? Considerando o mercado
brasileiro, que ainda lê muito pouco, precisamos levar
em conta algumas questões sobre o e-book, principal-
mente no que se refere à disponibilidade de títulos na-
cionais, bem como às ferramentas para a sua leitura,
facilidade de manuseio e acessibilidade. Nesse ponto,
convém lembrar das garantias contra pirataria, da pro-
teção dos direitos autorais e das políticas de preço para
um livro virtual. Não acredito que o e-book avance tão
Érico Tanaji, analista de comunicação e sustentabilidade da Oki
Printing Solutions do Brasil
Fabio Arruda Mortara, presidente da Abigraf São Paulo