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GRAPHPRINT SET/10
Reportagem especial
- O papel da impressão
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da Barnes & Nobles, livraria americana. De acordo com
dados da Digitimes Research, no primeiro quadrimestre,
foram comercializados 1,4 milhão de aparelhos.
Outra pesquisa, dessa vez feita pela comScore, eviden-
ciou que os compradores (jovens em geral) de e-books
tendem a pagar por publicações reproduzidas pelo
aparelho. De acordo com a PriceWaterhouseCoopers o
mercado de e-books passará de US$ 1,1 bilhão, índice
atingido em 2009, para US$ 4,1 bilhões até 2013.
Onde há fogo...
A chegada de novos “competidores” abre campos de de-
senvolvimento tanto para a indústria de impressão como
para as livrarias. Os e-books podem, sim, aumentar o
índice per capita de leitura no Brasil – que hoje é abaixo
do razoável. Consequentemente o volume de impressão
é reduzido, mas nada que o coloque em risco de extin-
ção. “Desde que o mundo é mundo, o surgimento de
uma nova tecnologia era visto como a morte da imedia-
tamente anterior. Só para ficarmos no século 20, quando
se popularizou o cinema, os pessimistas imediatamente
decretaram a morte do meio de comunicação rádio. Só
que com o surgimento da televisão, seria o cinema que
acabaria. A experiência nos ensina que há espaço para
todas as tecnologias. Quanto à redução de preços ainda
é muito cedo para determinarmos se vai acontecer ou
não”, fala Paulo Faria, gerente de divisão da Heidelberg.
Da chama do negócio nascem as oportunidades que ali-
mentam as inovações. Recentemente um grupo de sete
editoras – Objetiva, Record, Sextante, Intrínseca, Rocco
e Planeta – criou uma empresa de distribuição de e-
books, a Distribuidora de Livros Digitais (DLD). O objetivo
da DLD é funcionar como uma plataforma de estoque
digital dos livros dos clientes, ou seja, as editoras. Pelas
regras, cada editora tem o direito de definir o valor da
edição digital. Mesmo assim, os sócios da DLD estimam
uma redução de até 30% quando comparado o uso do
e-book e a edição de papel. “Inicialmente, é importan-
te esclarecer que é inexorável a entrada do livro digital
no mercado. As empresas buscam o melhor modelo de
negócio. Mas o mercado é bastante incipiente ainda.
Creio que os dois meios coexistirão, e a edição em papel
continuará pelo seu alto valor agregado, facilidade de
manuseio e o fato de ser extremamente arraigada em
nossa cultura. A tendência é a convergência entre mí-
dia tradicional e digital. É importante destacar também
que o livro impresso tem caído de preço nos últimos
anos, fruto dos avanços tecnológicos na área de im-
pressão. Por fim, a escolha de como quer ler deve ser
do leitor”, avalia Fabio Arruda Mortara, presidente da
Abigraf São Paulo.
Anderson Chaves, diretor geral de vendas da Kodak do Brasil
Eduardo Martins de Carvalho Neto, vice-presidente da Prol