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ARTIGO
GRAPHPRINT NOV/10
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Estamos escrevendo este artigo alguns dias antes das eleições
presidenciais no Brasil. Independentemente de quem assumir a
Presidência da República, o principal desafio para o novo gover-
nante será, sem dúvida alguma, a reforma fiscal. Os encargos no
Brasil são muito altos se comparados com muitos outros países
dos diversos continentes. Os índices do IGP-M para setembro têm
previsão nesta data de quase o dobro do que tivemos em agos-
to deste ano. Índices, previsões e estatísticas ora são favoráveis,
ora negativos. A evolução da informática, o deslocamento da eco-
nomia para o setor de serviços, a customização do marketing e
do atendimento a clientes e a tendência à atuação em redes de
fornecedores foram sinais claros, e muito alardeados, já no iní-
Nossa gráfica e as eleições
Por Thomaz Caspary *
“Caro Thomaz, boa tarde!
Cheguei ao site da Printconsult, e então, li o artigo descrito acima e que me motivou a escrever a você. Trabalho no ramo gráfico
desde 1984 e há 17 anos atuo na área comercial. Já atuei na Takano, Burti e Litokromia, entre outras. De quando comecei até
os dias de hoje o mercado mudou bastante. Concordo plenamente que não houve uma profissionalização do setor comercial das
gráficas por culpa dos empresários e de nós mesmos, profissionais de vendas.
Novos ou experientes, os profissionais de vendas, em geral, trabalham à própria sorte. As empresas oferecem um apoio tímido ou
nenhum apoio. Não existem estratégias, que deveriam ser traçadas em conjunto. Novas tecnologias surgiram e continuam a surgir
e nenhuma ação para  a atualização neste sentido é promovida. Comercialmente também não há qualquer ação para formar ou
atualizar o profissional para que este saiba lidar com as tendências e exigências do mercado atual. Não existe qualquer tipo de
incentivo. Se o profissional quiser se atualizar, ele o fará por vontade própria.
Por sua vez, os profissionais de vendas também não agem, seja para colocar suas dificuldades de forma profissional, seja para
discutir melhores condições ou se atualizar. Os níveis de comissionamento caíram muito. O desânimo toma conta do cenário. Vá-
rios colegas migraram para outros segmentos à procura de condições e comissões melhores. A continuar do jeito que está o setor
ficará ainda mais carente de bons profissionais na área comercial; poucos se sujeitarão a realizar um trabalho sério e profissio-
nal a troco de quase nada. Não seria a hora de se mudar esta relação entre representantes e empresas? As empresas gráficas
assumindo, de vez, que o setor comercial é, sim, importante para sua existência, e com isso empregando profissionais por uma
remuneração justa, treinando e atualizando estes profissionais, podendo, assim, exigir resultados baseados em metas tangíveis
que forem traçadas em conjunto.
Os profissionais, por sua vez, se sentiriam obrigados a uma atualização constante, deixando para trás velhos conceitos e vícios.
Trabalhariam mais motivados, com certeza. Os que não se enquadrassem neste novo cenário não sobreviveriam muito tempo no
setor. Bom, foi aí meu “pitaço” sobre o assunto. A meu ver, é um assunto de muita importância que poderia, ou deveria, ser discu-
tido bem mais a fundo. Thomaz, obrigado pela sua atenção.
cio desta década, das mudanças que estavam por vir. Mas muitos
gráficos não chegaram a vê-la. Sucumbiram!
Pensar o futuro após as eleições não significa fazer projeções das
atividades atuais. Não significa fazer exercícios de previsão e futuro-
logia. Não significa antecipar para hoje decisões sobre as situações
possíveis de amanhã em função desta ou daquela atitude do próximo
governo. Pensar o futuro da nossa gráfica, no sentido estratégico que
visualizamos aqui, significa preparar a empresa desde já para atuar
no dia a dia de amanhã. Pensar estrategicamente o futuro é exercitar
a visão da empresa em seu meio ambiente, hoje, amanhã e sempre.
Recebi estes dias uma carta de um leitor dos nossos artigos que
me permito reproduzir com permissão do emitente sr. E. Araujo: