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ARTIGO
GRAPHPRINT NOV/10
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Os países emergentes, economias vistas como novas, mas com grande robustez cal-
çada em um mercado interno em desenvolvimento, deverão ser os responsáveis pelo
crescimento da economia mundial. A contribuição dos países integrantes do BRIC
(Brasil, Rússia, Índia e China) ao PIB (Produto Interno Bruto) mundial, que em 2000 era
de 38%, saltou para 49% neste ano. Previsões indicam para 2030 uma participação
ainda mais intensa desses países nos resultados do PIB mundial, a um índice de 57%,
segundo o estudo Perspectivas sobre o Desenvolvimento Mundial 2010 – Desloca-
mento da Riqueza, publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE).
A OCDE destaca que esse realinhamento da economia mundial não é um fenômeno
transitório, mas representa uma mudança estrutural de importância histórica. Segundo
o estudo da organização, a acumulação de desequilíbrios econômicos durante a década
passada provocou modificações na composição da riqueza mundial a favor dos países
com excedentes comerciais. Os Estados Unidos, assim como outros países da OCDE,
têm sido financiados por países como China, Brasil e Rússia e nações do Golfo Pérsico.
Estes países, que até recentemente não tinham nenhum papel significativo como inves-
tidores internacionais, eram vistos pela indústria automobilística apenas como países
de baixo custo de produção, e hoje começam a liderar nas respostas às tendências
mundiais mais significativas no setor.
O fato é que, ao redor do mundo, a indústria automotiva passa por grandes mudanças,
especialmente devido aos impactos da última crise econômica mundial – o que força
todas as partes envolvidas a não só reagirem por meio de maneiras tradicionais, mas
requer também mudanças inovadoras – e nos países emergentes esse impacto tem
sido muito menos intenso.
Entre os países integrantes do BRIC, a Índia vem se destacando como um dos mais fortes
mercados emergentes, comavanço da sua participação na economia global.Ao seu lado, a
China também temmostrado uma taxa estável de crescimento e passa atualmente a ser a
segundamaior economiamundial, à frente do Japão. E é o setor automotivo, umdosmaio-
res produtores da região, que tem colhido os resultados positivos do PIB nacional. Como
resposta a esse desempenho pode se destacar a melhora do nível salarial dos emprega-
dos desse setor, o que encorajou os consumidores a optar pela compra de automóveis.
São esses fatores que provocaram um aumento considerável da demanda no segmento
de carros pequenos, o que levou a maioria dos fabricantes a apostar mais na produção
de carros compactos feitos sob encomendas para os consumidores indianos.
Dos países em desenvolvimento, o Brasil, a Rússia, a Índia e a China estão sendo desta-
cados pelas tendências que puxarão o crescimento mundial. No setor automotivo, essas
quatro nações começam a assumir a liderança nesse mercado em resposta a algumas
tendências mundiais mais significativas.
Emergentes sustentam
economia mundial
Por Horst Bergmann*
Com o impacto que vem ocorrendo no
comportamento dos consumidores des-
ses países, os fabricantes de veículos e
os fornecedores ampliam seus investi-
mentos em novas estratégias de marke-
ting, manufatura e novas tecnologias.
Diante da tamanha importância desse
mercado, especialistas mundiais do se-
tor automotivo discutirão, no dia 6 de
outubro, os “Desafios da Indústria Auto-
mobilística – Tendências nos Mercados
Emergentes”,durante o painel interna-
cional do 19º Congresso e Exposição In-
ternacional de Tecnologia da Mobilidade
SAE Brasil, que será realizado de 5 a 7
de outubro no Expo Center Norte, em São
Paulo. Executivos de empresas como
Mercedes-Benz do Brasil, Volkswagen
Índia, Robert Bosch GmbH, entre outros,
vão discutir e apresentar as tendências
do setor nos mercados emergentes e o
que está ocorrendo nos países do BRIC
neste período pós-crise.
* Horst Bergmann é diretor do Comitê
Internacional do Congresso SAE Brasil 2010