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GRAPHPRINT MAI 11
Mercado Gráfico Nordestino
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A economia do Nordeste vem tendo um boom na última década, em
particular nos últimos cinco anos. Entre os fatores que impulsiona-
ram esse crescimento está a inclusão de 40 milhões de brasileiros na
faixa de consumo, pessoas que saíram das classes D e E e passaram
para a classe C, saindo da linha de pobreza. Além disso, espera-se
que nesta década mais 50 milhões de brasileiros façam esse up-
-grade de classe social.
Os altos investimentos anunciados pelo governo para a construção de
refinarias de petróleo, no Porto de Suape, e a chegada gradativa de em-
presas na região trazem ótimas perspectivas oara o Nordeste. Para se
ter uma noção da nova realidade local, basta fazer um tour pela região
metropolitana de Recife (PE) para notar que a construção de galpões e a
preparação de terrenos (terraplenagem) para novos empreendimentos
anda a todo vapor. Apenas para exemplificar, apenas a instalação da
Fiat em Pernambuco deve trazer consigo uma gama enorme de for-
necedores que vão se instalar ao seu redor, atendendo a uma política
industrial adotada já há algum tempo pelo setor.
Outro exemplo que ilustra a força da região aconteceu em julho do ano
passado. Sete municípios pertencentes à três Regiões de Desenvolvi-
mento (RDs) de Pernambuco anunciaram, de uma só vez, a instalação
de 17 novas indústrias. Os empreendimentos serão instalados em Vitó-
ria de Santo Antão (sete), Palmares (um), Ribeirão (um) e Rio Formoso
(um), que fazem parte da Mata Sul; Moreno, com quatro fábricas, Abreu
e Lima e Ipojuca (Suape), com um, cada, simbolizando o Grande Recife;
e Goiana,Mata Norte, commais uma planta para o polo farmacoquímico.
O investimento privado coletivo será de R$ 355,8 milhões e a geração
de empregos ultrapassará 3.185 oportunidades diretas. Trata-se do
maior conjunto de anúncios desse tipo já feito, de uma só vez, pelo Go-
verno do Estado, tanto pela quantidade quanto pelos significados atre-
lados às assinaturas conjuntas dos protocolos de intenções. São em-
preendimentos ligados a setores vigorosos da indústria, que combinam
com o atual estágio de desenvolvimento da economia pernambucana,
marcado por dinamismo crescente e vitalidade ímpar.
Na Bahia, 142 novas indústrias foram implantadas em 2010. Elas re-
presentaram investimentos da ordem de R$ 4,3 bilhões e mais de 22
mil novos postos de trabalho. As empresas são dos mais variados seg-
mentos, como alimentos e bebidas, borracha e plástico, comércio e ser-
viços, calçados, energia, mineração, informática, químicos, têxtil, entre
outras. Segundo dados da Secretaria Estadual de Indústria, Comércio e
Mineração (SICM), encontram-se em processo de implantação outras
260 indústrias, além de 24 ampliações e modernizações em 54 municí-
pios. Os investimentos totalizariamalgo em torno de R$ 28 bilhões, com
a previsão de gerar mais 34 mil empregos nos próximos anos.
Por sua vez, a Paraíba deve passar a ser, nos próximos anos, o maior
produtor de cimento do Nordeste, graças aos protocolos de instalação
de mais três indústrias do setor assinados em dezembro do ano pas-
sado e de mais um que já está finalizado e deve ser assinado em breve
pelo governo estadual.
Geração de divisas
Todos esses investimentos vão impulsionar a economia local e dar su-
porte para a geração de divisas para vários outros setores da indús-
tria, entre eles o mercado gráfico, que deve ser beneficiado pela alta
demanda por embalagens e uma série de outros impressos editoriais
e promocionais, como folhetos, folders, catálogos, entre tantos outros.
O mercado gráfico, em 2010, foi bastante rentável para o setor gráfico
brasileiro. De acordo com os dados divulgados pela Associação Brasi-
leira da Indústria Gráfica Nacional (Abigraf), o setor, que teve um fatu-
ramento de mais de R$ 500 milhões entre importação e exportação,
se consolida como um grande nicho de mercado. Só na exportação,
o setor gráfico brasileiro cresceu 35%, um total de R$ 318,9 milhões,
comparado com o mesmo período de 2009. O bom resultado da econo-
mia gráfica também teve reflexo nas importações: enquanto em 2009 o
faturamento chegou a R$ 200 milhões, em 2010 os números chegaram
a R$ 400 milhões.
O alto desenvolvimento da Região Nordeste nos últimos anos também
já teve reflexos no segmento gráfico. Em Pernambuco, por exemplo,
em dois anos o jornal diário Aqui PE saiu de 5 mil para 45 mil exem-
plares, passando a ter até um caderno de classificados só de motos na
segunda-feira. O Diário de Pernambuco – grupo que além do Aqui PE
imprime outros quatro títulos: Diário de Pernambuco (carro chefe), Diá-
rio da Borborema e Jornal Norte (Paraíba) e Diário de Natal (RN) – teve
um crescimento de quase 11% em venda avulsa em 2010.
“Nós crescemos muito graças a um trabalho da nossa área demercado
Roberto Leite Ribeiro, presidente da Gráfica Flamar
“Hoje, o crescimento da capacidade produtiva gráfica
é maior que o crescimento do consumo gráfico,
provocando uma concorrência muito acirrada,
prejudicando os resultados, porém o crescimento da
região é superior ao crescimento do País, o que em
pouco tempo deve equilibrar a situação novamente.”