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Mercado Gráfico Nordestino
GRAPHPRINT MAI 11
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Um esforço conjunto
Para sanar o problema de mão de obra especializada do mercado
gráfico na Região Nordeste, o presidente da Abigraf-PE, Eduardo
Carneiro Mota, e o presidente do Sindusgraf-PE, Valdézio Bezerra
de Figueiredo, vêm realizando um esforço com a Fiepe (Federação
das Indústrias do Estado de Pernambuco) para viabilizar junto a
outras entidades e ao Senai uma solução para que se instale em
Recife uma escola de artes gráficas que atenda às necessidades da
indústria gráfica local.
Em entrevista à GRAPHPRINT, Mota falou um pouco sobre o desenvolvi-
mento do mercado gráfico do Nordeste e das suas expectativas para os
próximos anos.
GRAPHPRINT - O mercado no Nordeste vem se desenvolvendo
um pouco mais que em outras regiões do Brasil. Como o se-
nhor vê esse desenvolvimento no cenário da indústria gráfica
regional?
Eduardo Mota -
As perspectivas são excelentes, porque Pernam-
buco tem crescido acima da média brasileira e isso é muito bom,
porque nós já preparamos o empresário para que ele esteja em sin-
tonia com os investimentos que estão vindo para o Estado. Temos
feito grandes parcerias com a Fiepe (Federação das Indústrias do
Estado de Pernambuco), ABTG (Associação Brasileira de Tecnologia
Gráfica), Abigraf nacional e Sebrae para a realização de cursos de
tecnologia, gestão, custos e outros, tudo isso para preparar os em-
presários para o novo boom da economia do Nordeste.
GRAPHPRINT - A questão da capacitação pode ser considerada
um problema para a indústria gráfica regional?
Eduardo Mota -
O Estado de São Paulo dispõe de três escolas técni-
cas para a área gráfica, que têm o apoio do Senai. Nós estamos tra-
balhando há dois anos para chegar a um denominador comum em
relação à nossa escola gráfica. Tínhamos uma escola gráfica aqui
há mais de dez anos, que foi sendo sucateada e acabou fechando.
GRAPHPRINT - Quem poderia dar apoio para esse projeto?
Eduardo Mota -
Temos conversado muito com a Fiepe, que pode
nos dar apoio através do Senai. Já estamos conversando com o
diretor presidente do Senai para que possamos desenvolver esse
trabalho com o Sebrae e o CNI. Hoje, não só o setor gráfico, mas
vários outros setores têm esse problema. Na realidade, Pernam-
buco não estava preparado para esse desenvolvimento que vem
acontecendo. E a Fiepe, que tem investimentos próprios para a
qualificação da mão de obra, está investindo em outros setores,
como construção civil, indústria naval, indústria do plástico, e a
indústria gráfica ainda não foi beneficiada.
GRAPHPRINT - O senhor espera também uma contribuição dos
próprios fornecedores de equipamentos e insumos da indústria
gráfica?
Eduardo Mota -
Nós ainda não procuramos oficialmente nossos
fornecedores, mas em conversas paralelas eles têm dito que, na
medida em que esse projeto esteja em andamento, eles vão nos
ajudar com cessão de equipamentos em comodato ou algo assim,
para darmos início a uma escola gráfica. É um projeto que exige
altos investimentos, boa localização, equipamentos e professores.
Já temos cinco profissionais aprovados para serem formados em
São Paulo e voltarem como multiplicadores de mão de obra quali-
ficada, para daí começarmos a escola propriamente dita.
GRAPHPRINT – Quando o senhor espera ter alguma coisa de
concreto?
Eduardo Mota -
Até o final do ano. Nosso presidente do Sindus-
graf-PE, Valdézio Figueiredo, que está à frente desse projeto, está
trabalhando junto com a Fiepe, Senai e Sebrae.
GRAPHPRINT - A maioria das gráficas de Pernambuco fez ou
está fazendo investimento em equipamentos e está preparada
para o crescimento do setor. Na sua opinião o mercado gráfico
já está aquecido ou ainda vai aquecer?
Eduardo Mota -
Ele já está bom. As máquinas que foram adquiri-
das ao longo dos últimos três anos já estão se movimentando. Nos
outros Estados também foram comprados muitos equipamentos,
como no Ceará, Bahia, Paraíba, Sergipe e Alagoas. Todos também
estão se preparando para esse crescimento, até porque, por ficar-
mos no centro do Nordeste, os outros Estados vêm para cá buscar
serviços, não só na área gráfica, mas também em outros segmen-
tos. Se analisarmos bem, hoje estamos com retração de mercado;
quem estava trabalhando com três turnos está com dois, mas sa-
bemos que isso é sazonal e as perspectivas são excelentes.