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GRAPHPRINT DEZ 11
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ENTREVISTA
GRAPHPRINT: Conte-nos sobre a situação atual da indústria grá-
fica?
Mortara: A indústria gráfica brasileira, como toda indústria grá-
fica do planeta, está enfrentando um dos momentos mais desa-
fiadores desde que Gutenberg, que foi considerado um marco, a
inventou. É o desafio da reinvenção, do remodelamento, e isso
não é exceção na indústria gráfica brasileira.
Recentemente participei da inauguração de uma escola gráfica
em Pouso Alegre, sul de Minas Gerais, e o fundador do sindicato
local disse que cada vez mais há menos blocos de notas fis-
cais, menos formulários, menos pastas. Por outro lado, ele está
cada vez produzindo novos produtos. Logo, está se reinventando
também.
Estamos presentes na grande maioria dos Estados. A Abigraf
nacional, como representante das 22 Abigrafs regionais, sabe
da responsabilidade que tem e que carrega. Temos 27 Estados e
estamos presentes em 22 com Abigrafs atuantes. Hoje o grande
desafio é conduzir a indústria gráfica nesse ritual de passagem
e tentar perceber o que vai e o que não vai prevalecer e apoiar
ao máximo a indústria para, consequentemente, rentabilizá-la.
GRAPHPRINT: Junto com a famosa frase “sob nova direção” vêm
as inovações e novidades. Pode discorrer sobre a nova direção?
Mortara: Saímos recentemente de um Congraf muito forte e
consistente. O evento trouxe muitas dúvidas, mas o espírito era
esse. Do Congraf saiu uma carta, um manifesto relevante ao
qual nós vamos procurar dar uma visibilidade cada vez maior.
Já estabelecemos um ponto de partida.
A questão principal abordada na Carta de Foz de Iguaçu é dos
10% voltados à educação. Isso é muito importante. Somos a
primeira entidade de classe a dar esse destaque, a defender
esse ideal.
Elaboramos um plano de trabalho para 2012 que prioriza a in-
clusão, ou seja, buscar as associações e todos que, de alguma
forma, estão ligados à indústria gráfica e aprofundar o relacio-
namento. Hoje temos 25 entidades apoiando a questão dos 10%
para a educação. Há uma série de vetores extremamente fortes
que, aos poucos, permearão toda a estrutura de comunicação.
“Como entidade pioneira, indicamos a questão dos 10% para direção do fórum e fomos muito bem recebidos. Mesmo assim é preciso ter
cautela para afirmar que vai acontecer. Ainda é assunto que precisa ser chancelado”, observa Mortara, informando que o cenário gráfico
brasileiro é composto aproximadamente por 20 mil gráficas e 223 mil trabalhadores.Nesta entrevista, o presidente da Abigraf conta os
planos da entidade e mostra uma grande disposição em estabelecer parcerias com todos os elos da indústria da comunicação. Afinal, a
indústria gráfica é parte integrante e misturada da comunicação, dos fatos, dos acontecimentos. Aos leitores da GRAPHPRINT, Mortara
revela, em primeira mão, que a Semana de Artes Gráficas, um evento que coleciona sucessos consecutivos, muito provavelmente tornar-
-se-á, por meio do Sebrae, um projeto nacional que envolverá todas as 22 Abigrafs regionais.
Previsto para março, o planejamento estratégico restabelecerá
os rumos da entidade. Certamente iremos rever desde os clás-
sicos elementos do planejamento estratégico – missão, visão,
valores, objetivos, ameaças e oportunidades – e com isso rede-
finir, repaginar a entidade. De uma forma geral é isso.
Algumas mudanças já estão acontecendo. Não fazíamos, por
exemplo, planejamento estratégico há sete anos e isso já é uma
mudança. A nossa inserção no Fórum da Comunicação é tão
“É o desafio da reinvenção, do
remodelamento, e isso não é exceção na
indústria gráfica brasileira”.