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ENTREVISTA
GRAPHPRINT DEZ 11
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forte que o presidente, o publicitário Dalton Pastore, nos incenti-
va. Chegou o momento de a indústria gráfica relembrar que faz
parte da indústria de comunicação e por isso terá de se integrar
com essa indústria de forma proativa. Conseguimos, inclusive,
que a diretoria do Fórum da Comunicação, um evento de duas
mil pessoas, incluísse em sua pauta a questão dos 10%. Parti-
cipar de um congresso desse porte já é um sinal de mudança.
Atuaremos mais profundamente junto às entidades de classe e
na indústria da comunicação.
Com a questão dos 10% transcendemos a nossa mera proposta
corporativa como entidade e passamos a fazer algo pelo País.
Os dados da educação brasileira são dramáticos, são números
que envergonham. Definitivamente não podemos perder o po-
der de se envergonhar e tentar mudar. Por isso, cabe a nós
trabalharmos nesse rumo. O Mario, ex-presidente da Abigraf,
fez um trabalho importante de ampliação. Agora temos de con-
solidar. Temos de focar na questão da cadeia, na valorização do
produto impresso e em todos os componentes do segmento.
GRAPHPRINT: Nossas gráficas pequenas e médias terão um tra-
tamento especial?
Mortara: Certamente. Temos assuntos engatilhados. Estamos,
por exemplo, muito propensos a estender a Semana de Artes
Gráficas. Em Bauru, interior de São Paulo, 500 participantes
participaram da Semana. Pasmem: é o mesmo número de par-
ticipantes do Congraf. Encaminharemos ao Sebrae, e a GRAPH-
PRINT está ouvindo isso em primeira mão, uma proposta para
transformar a Semana das Artes Gráficas num projeto nacional
para as 22 regionais. Eu tenho orgulho de ter participado da
criação quando era presidente da ABTG e considero a Semana
das Artes Gráficas uma grande prestação de serviço. Nela, to-
das as questões são discutidas inclusive a questão da gestão
empresarial, que é um assunto crucial num mundo de 22 mil
empresas cuja maioria, 90%, é micro ou pequena.
GRAPHPRINT: As empresas que já atuam no segmento digital e
aquelas que irão nascer nessa atmosfera também serão lem-
bradas?
Mortara: Claro, estamos repensando toda a parte de mídias so-
ciais da Abigraf e só vamos entrar no que estivermos totalmente
organizados. Passada a onda dos produtos eletrônicos haverá
um rescaldo e muita coisa boa vai pender para a indústria grá-
fica. Há documento que tem de ser impresso e até o sujeito que
gostou tanto do livro que leu num e-book e decidiu imprimi-lo.
Ano que vem acontece o Condigi, que conta com o apoio da
Abigraf nacional. Não podemos esquecer também que 2012 é
um ano de Drupa, onde muita coisa nova acontecerá. O inves-
timento recente que a Agfa fez é outro marco importante para
a indústria gráfica.
GRAPHPRINT: Quais os planos da associação para a questão da
sustentabilidade?
Mortara: Já estamos trabalhando intensamente junto às enti-
dades na questão do plano nacional de resíduos sólidos. Defi-
niremos um grupo empresarial para discutir a questão da sus-
tentabilidade dentro da Abigraf e depois repassar informações
ao setor. É difícil, mas precisamos saber exatamente qual é a
pegada de carbono da indústria gráfica. No último levantamento
tínhamos 700 gráficas com o selo FSC. O Cerflor também está
crescendo e isso mostra um comprometimento forte da indús-
tria. Nosso resíduo tem de ser cuidado.
“Elaboramos um plano de trabalho para
2012 que prioriza a inclusão, ou seja, buscar
as associações e todos que, de alguma
forma, estão ligados à indústria gráfica e
aprofundar o relacionamento”.