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Invenções que mudaram a
indústria gráfica
GRAPHPRINT JUN 12
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Prensa Rotativa
Hoe acelera o processo de impressão
A prensa rotativa criada por Richard March Hoe (1812-1886) foi
uma invenção fundamental no desenvolvimento da comunica-
ção de massa. Seu pai tinha uma fábrica que produzia prensas
em Nova York e Richard trabalhou na empresa da família desde
cedo. Juntamente com seu pai e cunhados, fez várias melhorias
na tradicional impressão de placas planas, que se baseava nas
primeiras prensas do século XV fabricadas na Europa.
A prensa de Hoe foi revolucionária por causa da velocidade com
que os documentos podiam ser impressos. Ao contrário das pren-
sas tradicionais, que tinham de ser reconfiguradas a cada nova
folha de papel, a prensa rotativa ou giratória usava bobinas con-
tínuas de papel com vários cilindros que imprimiam letras. Desde
que houvesse alguém para alimentá-la com papel, a “prensa re-
lâmpago” original de Hoe podia produzir até 8 mil folhas por hora,
com uma impressão de alta qualidade.
A invenção veio em boa hora. A indústria de jornais nos Estados
Unidos estava prosperando e a nova prensa permitiu que grandes
tiragens diárias fossem impressas e circulassem. O jornal Phi-
ladelphia Public Ledger foi o primeiro a usar a nova prensa, em
1847. Hoe continuou aperfeiçoando a prensa rotativa até 1871,
quando apresentou a “prensa aranha”, que era capaz de impri-
mir em ambos os lados do papel simultaneamente, usando rolos
contínuos e que foi usada pela primeira vez no jornal New York
Tribune. Essa prensa, juntamente com inovações no corte e do-
bradura do papel, deu origem à prensa moderna, que durou até o
surgimento da impressão digital, no fim do século XX.
Impressão em meio-tom
Ives abre caminho para a impressão fotográfica
A popularidade da fotografia aumentou muito no
século XIX e, com isso, cresceu também o desejo
de se imprimir as fotografias em livros e jornais. As
impressoras, contudo, não eram capazes de reproduzir
as imagens fotográficas com seus infinitos tons de
cinza. Só em 1881 o americano Frederic Ives (1856-
1937) desenvolveu o primeiro processo de impressão
em meio-tom bem sucedido.
A impressão em meio-tom converte imagens com vá-
rios tons em imagens compostas por pontos de diver-
sos tamanhos. O segredo do sistema está na explora-
ção das limitações do olho humano. Com a resolução
certa, os pontos não são vistos individualmente, o que resulta na ilusão
de se criar tons de cinza com os pontos maiores parecendo áreas de tons
mais escuros.
O primeiro passo é produzir um negativo com uma câmera de processa-
mento. Esta câmera tem uma tela entre a lente e o filme que contém uma
grade. Essa grade divide a imagem em pequenos quadrados através dos
quais a luz passa, produzindo um pontilhado discreto. Os pontos de diferen-
tes tamanhos são resultado da luz que, de modo desigual, atinge o filme.
Quanto mais luz, maiores são os pontos. O negativo então é usado para
produzir uma gravação, em geral água-forte sobre uma placa metálica, da
imagem na superfície. Depois, as placas metálicas são cobertas com tinta e
a imagem é impressa. Esse processo de meio-tom, eficiente e barato, ainda
é usado, principalmente em jornais.
“A verdade é que o meio-tom nada mais é do que um
truque de mágica” – Bill Stephens, tipógrafo