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GRAPHPRINT JAN/FEV 13
Rotativas
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“Isso significa, por exemplo, que numa
edição especial o jornal pode imprimir a
capa em papel couchê; também significa
que este mesmo jornal pode optar por de-
senvolver outros trabalhos, aumentando e
diversificando, assim, a receita”, explica.
GRAPHPRINT: Na prática, como funcio-
na a automação inteligente - smarts
marks - nos equipamentos produzidos
pela empresa?
Zafalon:
De forma geral, a automação
inteligente deve ser um sistema apto a
responder de forma eficiente conforme as
demandas e às exigências que se apre-
sentam. No caso dos nossos equipamen-
tos, hoje, a automação está ligada entre
todos os setores da produção a partir da
interface CIP.
Portanto, quando as rotativas recebem as
chapas gravadas do CtP recebem também
informações que lhe permitem fazer um
acerto do registro e das cores de forma
rápida e eficiente por meio dos sistemas
de controle do entintamento e dos regis-
tros automáticos de cores e de corte, que
são mantidos durante todo o processo,
bem como o controle de água/tinta.
GRAPHPRINT: Ultimamente quais fo-
ram as grandes evoluções inerentes
às rotativas?
Zafalon: No segmento jornal e semico-
mercial, os módulos impressores pas-
saram a ser em torres com passagem
vertical do papel. Hoje, as distâncias dos
cilindros são menores, mantendo-se as-
sim um melhor controle dos registros; os
servomotores são independentes (shaf-
tless), sem o eixo cardan; os tinteiros,
com ajustes automáticos; e opções com
sistema de cura UV ou heatset. Essas ino-
vações permitem que as impressoras ro-
tativas, imprimam quantidades cada vez
menores, com rentabilidade.
GRAPHPRINT: Em quais segmentos as
rotativas dão lucro?
Zafalon: O segmento que mais se bene-
ficia no Brasil é o de jornal. A evolução
das rotativas voltadas aos pequenos e
médios associa-se ao fato que esse tipo
de empresa, de um modo geral, pouco in-
vestiu em rotativas modernas nas últimas
décadas. Isso faz com que os jornais que
investiram recentemente obtenham ex-
pressivas reduções de custo operacional
em suas gráficas. As editoras também,
devido à produção e venda cada vez maior
de livros e principalmente de Bíblias.
GRAPHPRINT: Há lançamentos? Conte-
-nos seus diferenciais.
Zafalon:
Na Drupa de 2012, na Alemanha,
a TKS apresentou a impressora rotativa
inkjet digital chamada Jetleader 1500,
para a impressão de jornais standard ou
tablóide totalmente em cores.
Há ainda a possibilidade de imprimir pe-
quenos lotes iguais ou ainda um exemplar
diferente do outro, em vários cadernos
dobrados e já encartados, prontos para
serem enviados aos leitores.
O mais importante, e o diferencial, é que a
TKS, que produz rotativas offset há muitos
anos, desenvolveu a rotativa inkjet digi-
tal, ao contrário de outras impressoras
digitais que foram desenvolvidas para a
impressão de cópias e estão tentando se
adaptar para imprimir jornais.
Tivemos também durante a Drupa os lan-
çamentos da Manugraph: a M-360 e a Hi-
line Express.
GRAPHPRINT: A consolidação da im-
pressão digital significa decretar o fim
das máquinas rotativas?
Zafalon:
Não, as impressoras digitais ain-
da não têm condições de imprimir os jor-
nais em sua tiragem total, com um grande
número de páginas e vários cadernos en-
cartados e dobrados.
Outro aspecto é que os custos e a veloci-
dade de impressão inviabilizam a sua uti-
lização a ponto de substituir as máquinas
rotativas.
GRAPHPRINT: Acredita que em 2013
haverá espaço para crescimento nes-
se segmento?
Zafalon:
Sim, há não só espaço como a
necessidade de renovação do parque grá-
fico nesse segmento de rotativas. Ainda
existem muitos jornais que estão impri-
mindo em máquinas antigas, desenvolvi-
das apenas para a impressão de jornais
PB. Há a possibilidade de imprimir em
cores, mas com custos altíssimos, pois
a perda de papel para acerto de registro
e cores é muito grande e o cut-off é de
578mm, enquanto as máquinas novas
apresentam cut-off de 546mm, trazendo
uma economia real de 5,5% de papel.
Sem dúvida a lucratividade dos jornais
que já rodam com essas novas máquinas
é muito maior, pois os acertos são mais
rápidos, proporcionando também econo-
mia, além da impressão do jornal termi-
nar muito mais cedo. Assim a distribuição
é tranquila e sem surpresas. Há vários
projetos em andamento para a troca de
rotativas antigas por novas.
Rubens Zafalon, responsável
pela área de vendas de
rotativas no Brasil da
Ferrostaal,