Revista Graphprint - Edição 177

GRAPHPRINT 177 Papel eCelulose 23 Umdosgrandes segmentosdeatuaçãoda IndústriaBrasileira deÁrvores, a celulose jápode ser consideradaumdos pilares da nova economia brasileira, figurando entre as 10 principais “commodities”dopaís, com70%daproduçãonacional tendo como destino omercado externo, resultando num saldo posi- tivo na balança comercial superior a US$ 5,2 bilhões (2016). Só a China, apontada por muitos como a economia do futuro, é responsável por 40%da fatiadestecomércioemantémuma projeçãodeampliaçãodeconsumo,motivada,principalmente, pelo aumento da demanda por papéis de uso sanitário, como papel higiênico, e para confecção de fraldas e absorventes, também conhecidos como tissue. JánoBrasil, as vendasdepapéis tissueapresentaramomes- mo crescimento concreto. No século XXI houve um avanço de 146% no consumo interno, saltando de 458mil toneladas em2000para 1,12milhão de toneladas em2016, alcançando 11%da produção de papéis. “O crescimento das economias emergentes nos últimos anos alavancou a qualidade de vida da população desses países, gerando umamudança definitiva no seu hábito de consumo. Nesta transformação, é possível verificar um constante avan- ço na necessidade por produtos de higiene, como lenços de papel, papéis-toalha, guardanapo, papel higiênico e fraldas, elevandoanecessidadedepapéisde tipo tissuee,consequen- temente, da celulose. Mesmo com as recentes instabilidades econômicas, a expectativa é que esta demanda continue em alta”, comenta Elizabeth de Carvalhaes, presidente executiva da IndústriaBrasileira deÁrvores (Ibá). Grande parte da conquista do mercado externo pelo tissue brasileiro é resultado dos fortes investimentos em tecnologia e produção das indústrias do setor. Hoje, o Brasil possui re- conhecidamente amelhor engenharia genética arbórea entre todas as nações, sendo líder em produtividade florestal com aproximadamente 36 m³/ha.ano, valor 24%maior que a se- A FORÇADO TISSUEBRASILEIRONOMERCADOEXTERNO SUSTENTABILIDADEDOPRODUTO BRASILEIROSERÁDECISIVAEMUMMUNDO QUECAMINHAPARAUMAECONOMIADE BAIXOCARBONO gunda colocada, a China, e 260% a mais que a dos Estados Unidos. Isso faz com que a indústria florestal brasileira seja vista como uma das únicas com potencial para atender de forma eficiente a crescente demanda mundial. A capacidade das empresas nacionais em produzirmais commenos recursos e emmenos tempo transforma oBrasil em referência quando o assuntoéabastecer omercadode forma rápidae compreços mais competitivos, o que também traz impactos positivos aos produtos derivados desta cadeia. Além da sua competência produtiva, o tissue brasileiro tem outro grande diferencial: o seu caráter 100% sustentável. Em um planeta em que os governantes dos países quemais emi- tem gases de efeito estufa, entre eles a China, estão pressio- nados a rever seus processos industriais em busca de uma economiadebaixocarbono, cresceapreferênciapor importar produtos que tenhammenor impacto ambiental. Neste caso, a indústria de florestas plantadas brasileira também é con- siderada parâmetro mundial, com produtos que mais absor- vemeestocamcarbono:1,7bilhãode toneladasdedióxidode carbono, equivalente (CO2eq) retirado da atmosfera, gás que permanece estocado nos produtos derivados dessas árvores, o que equivale a um ano inteiro das emissões nacionais. O setor ainda retém outros 2,48 bilhões de toneladas de CO- 2eq em 5,6 milhões de hectares de áreas naturais protegi- das pelo setor pormeiodeÁreas dePreservaçãoPermanente (APPs), de Reserva Legal (RL) e de Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs). Neste cenário, o Brasil destaca- -se como o país em que o setor de árvores plantadas mais protegeasáreasnaturais, emqueparacadahectareplantado com árvores para fins industriais, outro 0,7 hectare é desti- nado à preservação de ecossistemas naturais. As florestas plantadas ainda possuem papel fundamental na preservação ambiental, uma vez que evitam o desmatamento de habitats naturais, protegendo a biodiversidade, o solo e as nascentes de rios, além de recuperar áreas degradadas e serem fontes de energia renovável. Soma-se a isso o fato de que os papéis tissue produzidos no Brasil, além das fibras virgens, terem como característica na suacomposiçãoousodeaparas recicladasdeboaqualidade.

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