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DISTRIBUIÇÃO DE PAPÉIS
GRAPHPRINT AGO/09
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O aumento da entrada de papéis importados foi o principal responsável pelo
crescimento do setor de distribuição de papéis, que deve ser afetado
positivamente com a entrada da nota fiscal eletrônica.
A hora da adequação
O setor de distribuição de papéis do setor gráfico cresceu para US$ 2
bilhões em 2008, grande parte devido ao maior fluxo de importados (que
atualmente representam 30% desse faturamento), que levou também a
um número maior de distribuidores (agentes). Há cinco anos, havia em
torno de 500 distribuidores em todo o Brasil. Esse número caiu para 150
em 2008 e cresceu para 200 em 2009.
Para o presidente da Andipa (Associação Nacional dos Distribuidores de
Papel), Andrés Romero, haverá uma transformação do setor a partir de 1º
de setembro, quando entra em vigor a nota fiscal eletrônica para o setor.
“As distribuidoras que já trabalham dentro das normas serão beneficia-
das e as que não obedeciam às regras terão que se adequar, o que vai
trazer uma melhor realidade para o setor”, argumenta. Romero refere-
se à questão do papel imune, que é alvo antigo de muita discussão no
País. “Essa nova normatização deverá ser responsável pela profissiona-
lização do setor e, com isso, teremos inclusive uma redução do número
de distribuidores.”
Papel imune
Como todo o mercado está ciente, o consumo de papel imune para fins
comerciais gera inúmeros problemas, como concorrência desleal e pre-
juízos para toda a sociedade, porque envolve sonegação de impostos.
Quem trabalha dentro da legalidade acaba sendo penalizado.
Nesse contexto, é muito importante e válido o esforço do setor para escla-
recer e orientar os usuários sobre essa questão. De acordo com o diretor
comercial da Nova Mercante, Roberto Groba, muitas vezes, um consu-
midor de embalagens desconhece que o produto final que ele recebe
não foi produzido de forma legal. “Esse trabalho de conscientização já
vem sendo realizado por entidades como Bracelpa, Abigraf e Andipa, mas
compete a todo o setor, inclusive aos importadores, estarem comprome-
tidos com isso.”
Groba acredita que, para evitar essa situação, todo papel deveria sair tri-
butado da base, e quem efetivamente comprovar o uso para fins editoriais
teria direito à restituição dos impostos. “Esse processo envolveria mu-
danças no sistema como um todo e a digitalização de documentos poderá
agilizar os procedimentos”, sugere o diretor da Nova Mercante.
Já Ruy Taranto, sócio e diretor da Nacional Papéis, defende que uma nova
normativa de papel imune deveria ser uma prioridade do mercado e pode-
ria haver uma ajuda maior dos fabricantes para uma regulação melhor.
Aperfeiçoando o conceito de
distribuição
Com o País num ritmo diferente, em função de anos de globalização, os
Por Marcoa Mila e Fabio Sabag