Revista Graphprint - Edição 186

GRAPHPRINT Jul/Ago 2018 49 Artigo A qualificação profissional e o investimen- to no capital humano têm surgido como uma das principais tendências dentro do mercado nacional. Despois de muito tem- po sendo subvalorizado, esse investimento começa a ganhar mais atenção uma vez que, conhecimento, habilidade e atitude são os fatores de maior competitividade em um bom profissional. O departamen- to de Recursos Humanos acaba sendo o principal responsável por gerenciar esses investimentos e, do outro lado da mesa, o colaborador, também tem sua parcela de responsabilidade em solicitar, aproveitar as oportunidades e aplicar os conhecimentos adquiridos nas atividades do dia a dia. Uma pesquisa inédita realizada pela De- loitte, com 126 empresas, retrata o cenário da educação corporativa no Brasil e mostra o quanto o setor tem ganhado maturidade nos últimos anos. De acordo com o estu- do, 28% das empresas pesquisadas já pos- suem universidade corporativa. Das 72% que não possuem, mais de um quarto delas (28%) demonstra interesse em criar a es- trutura. Ainda observando os dados cole- tados, entre as empresas que investem em educação corporativa, a média de investi- mento é de 0,47% do faturamento anual. O fato é que aplicar recursos na educação corporativa aumenta a qualificação pro- fissional, prepara os colaboradores para o próximo passo de suas carreiras e ainda auxilia em um dos maiores desafios das empresas, a retenção de talentos. Apesar de parecer uma via de mão única, onde apenas a empresa é responsável pelo apri- moramento dos colaboradores, o profissio- nal também tem sua parcela de responsa- bilidade em se manter atualizado e buscar Educação corporativa: investir nas pessoas aumenta a competitividade das empresas POR MARINA BRANDÃO* novos conhecimentos e competências fora dos muros da organização. Para identificar de quem é a vez de inves- tir, é importante entendermos o papel de cada lado dessa equação. Cabe ao profis- sional desenhar os objetivos de sua careira e o que pretende conquistar em sua vida profissional. É papel da empresa oferecer oportunidades, dar feedback sobre as com- petências a serem desenvolvidas e incenti- var o profissional a buscar essa melhoria. Quando o conhecimento é indispensável para a necessidade interna, o RH tem co- mo missão fornecer essas ferramentas, mas quando é uma necessidade específica para a carreira de cada colaborador, fica à cargo do profissional buscar esse recurso no am- biente externo. Para as empresas, as principais vantagens de se investir em educação corporativa são a maior competitividade no mercado, o ga- nho em produtividade individual e coletiva, maior atração e retenção de talentos, imagem e reputação para a marca, ganho na melhoria de processos, mais inovação, além de muito mais criatividade dentro das equipes. Uma coisa que acho importante ressaltar é que quando observamos o resultado do investimento em treinamentos, precisamos estar cientes da curva de aprendizagem. Em um primeiro momento, poderá haver uma queda nos resultados, mas a tendência é que a curva cresça trazendo mais benefícios para a empresa. É claro que todo investimento que não for mensurado não vai se provar eficiente. Apesar de ser quase intangível medir o conhecimento adquirido por uma pessoa, prestar atenção em indicadores que comprovem o aumento da produtividade individual e coletiva, uma menor incidên- *HEADHUNTER DA YOCTOO,ATUA NO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO PARA AS ÁREAS TÉCNICAS cia de erros e um maior cumprimento de prazos são formas de identificar se a escolha valeu ou não a pena. Uma vez percebida a importância de se investir na qualificação dos colaboradores, o desafio do RH é ir além da educação corporativa tradicional. O que é relevan- te para cada organização muda de acordo com sua atuação e mercado, mas, em um mundo onde as mudanças e quebras de pa- radigmas acontecem quase que diariamen- te, apostar investimentos em fatores que estejam ligados à cultura organizacional e ao novo contexto de mundo, são apostas mais certeiras e confiáveis. Por fim, na minha opinião é muito impor- tante que as empresas incentivem a troca de conhecimentos dentro do ambiente corpo- rativo. Dar a oportunidade de determinados profissionais propagarem a outros colegas de seus times ou de outras equipes, o que apren- deu em um treinamento, pós-graduação ou curso de extensão é uma contrapartida mui- to interessante para reciclar constantemente os times, além de fazer com que o próprio profissional que recebeu o benefício possa colocar todo esse aprendizado em prática. Como diria a poetisa brasileira, Cora Cora- lina, “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.

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