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GRAPHPRINT OUT 11
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ENTREVISTA
imprimir e escrever, ou offset, vem sofrendo em função da concorrência do produto importado, principalmente aquele
que ingressa ilegalmente, e do desvio do papel imune, ou seja, papéis que se benefciam do incentivo fscal previsto
para livros didáticos, mas que, ao fnal, são desviados para outro uso comercial, constituindo concorrência desleal.
Embora o papel offset seja o que mais sente o impacto da concorrência internacional, todos os segmentos devem
investir para se tornarem mais competitivos, inclusive com vistas à exportação. Segundo Farinha e Silva, algumas em-
presas já retomaram os investimentos, caso da Rigesa, mas outras ainda precisam avançar para melhorar sua compe-
titividade. A MWV Rigesa iniciou um projeto para duplicação da capacidade da sua fábrica até 2012, com a implantação
de novo maquinário que irá produzir 300 mil toneladas/ano de papel kraftliner para uso em embalagens. O projeto, cujo
gerenciamento está sob a responsabilidade da Pöyry, irá promover o rápido crescimento do negócio de embalagens de
papelão ondulado da empresa, lembra Farinha e Silva.
“No longo prazo, o setor de papel deverá passar por uma consolidação e renovação de máquinas e equipamentos,
inovar no modelo de negócios e buscar soluções próprias para os produtos”, afrma o VP da Pöyry. “É preciso redobrar
os esforços para ter tecnologia de ponta na área industrial, investindo em pesquisa e desenvolvimento e buscando
inclusive acordos com universidades.”
A Pöyry é uma empresa global de consultoria e engenharia, dedicada a um modelo de sustentabilidade equilibrada –
balanced sustainability – e gestão responsável. A Pöyry conta com a experiência de 7 mil especialistas e uma rede de
escritórios locais em 50 países. Empresa de capital aberto, com ações na Bolsa de Helsinque, a Pöyry vem registrando
crescimento médio de 12% ao ano nos últimos dez anos. Em 2010, obteve faturamento de 682 milhões de euros. No
Brasil, a Pöyry iniciou atividades em 1974, tendo criado a sua subsidiária brasileira em 1999. Com uma posição de
liderança na área de engenharia, a Pöyry aumentou o seu escopo de atuação no ciclo de vida completo do investimento,
ingressando ainda mais nas áreas de consultoria e gerenciamento de projetos, além dos serviços de engenharia de
fábrica. Atualmente, a Pöyry conta com 800 colaboradores no País e atende 50 diferentes clientes de diversos setores.
GRAPHPRINT:
Fale sobre a sua trajetória no mercado brasi-
leiro de papel
Farinha e Silva:
Cheguei ao Brasil em Janeiro de 1977, con-
vidado pelo próprio Jaakko Pöyry vindo de Portugal e Angola,
onde atuava no setor de celulose e papel desde 1967. Co-
mecei a atuar no Brasil pela então Jaakko Pöyry Engenharia,
no projeto da Aracruz, na primeira linha de produção a ser
montada, a Linha A. Essa instalação, na época, era pioneira
no Brasil por ser uma fábrica top de linha, voltada ao mercado
mundial de exportação de celulose branqueada de eucalipto.
Após isso, tenho participado em praticamente todos os proje-
tos desenvolvidos para o setor de celulose e papel pela Pöyry
no Brasil, onde a empresa tem se apresentado como líder.
Atuei principalmente como diretor responsável pela unidade
de negócios de indústrias de base forestal.
Em 1999 foi efetuada uma cisão na empresa brasileira, tendo
se originado a atual Pöyry, 100% do Grupo Pöyry, multinacio-
nal da Finlândia. Na nova empresa ocupei o cargo de diretor
presidente por alguns anos, tendo posteriormente assumido
a atual posição, que me permite uma maior fexibilidade de
horário e atuação.
GRAPHPRINT:
Em sua opinião qual é o grande dilema do se-
tor? Qual é a barreira principal que não deixa o mercado bra-
sileiro deslanchar?
Farinha e Silva:
Falando estritamente do setor de papel, esse
é um segmento ainda muito pulverizado, com a  maioria das
empresas de pequeno e médio portes atuando num mercado
regional. As empresas maiores atuam integradas com produ-
ção de celulose nos setores de papel branco de imprimir e es-
crever, e no segmento de embalagens. O mercado doméstico é
relativamente pequeno, da ordem de 10 milhões de toneladas
por ano, exportando cerca de 2 milhões de toneladas anuais.
No caso de algumas qualidades de papel, como papel reves-