Revista Graphprint - Edição 147 - page 58

artigo
GRAPHPRINT SET 14
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Boas práticas emnossas gráficas e o
desperdício
Por ThomazCaspary*
O combate ao desperdício se aprende de forma indireta na infân-
cia, quando os pais ensinam aos filhos que não se deve colocar
no prato mais do que se vai comer (hoje, a lição é dada pelos
restaurantes que servem comida a quilo) ou apagar a luz quando
deixam o quarto.
Porém,nesses temposdeconsumismoexacerbado,produtosdes-
cartáveis epais trabalhando forado lar, os conselhos seperdeme
acriança se fazadulto sem saber oquantoperdeeoquantodeixa
de ganhar com o (bom) combate ao desperdício.
Ontem e ainda hoje, quem entra numa gráfica percebe o quanto
se perde em papel, tinta e outros insumos que são simplesmente
jogados no lixo. Isso, sem falar nas horas perdidas nos acertos de
máquina e nos tempos improdutivos não anotados.
Nos escritórios, os cestos de papéis servem de indicador, isso em
plena era da informática. No entanto, sabemos que o desperdí-
ciomaior, em qualquer ramo de atividade, é invisível. Trata-se do
tempo, “matéria-prima” jamais recuperada. As reuniões lideram
as estatísticas, pois carecemde objetividade.
Convoca-se ou convida-se sem informar o porquê da reunião, os
objetivos. “Outros assuntos” ocupam um espaço inaceitável em
temposdegestão transparente.Não listamos temasnemfixamos
horários de início e encerramento. Fala-semuito, decide-se pou-
co. E o tempo, que não cobra honorários no presente, revela sua
conta de perdas no futuro.
Desse modo, deve-se estimular permanentemente a cultura do
combateaodesperdício,precedidodeestudominuciosoedaapli-
cação imediata das boas práticas de fabricação e gestão no coti-
diano das nossas empresas e da sua atividade-fim, desde o chão
da fábrica até a sala do dono da empresa.
Dedesperdício, nós, brasileiros, somospós-graduados. Da colhei-
ta, no (mau) armazenamento, nas rodovias, nos gastos públicos,
nas indústrias,nosshoppings,nosescritórios,nas residências... já
ouvimos e vivenciamos. Assim, aorientaçãodeve ser cortar todos
os gastos que não alterem ou prejudiquem a produção, os servi-
ços, a comercialização, o atendimento, as pesquisas, a inovação,
otimizando as atividades, tornando-asmais ágeis.
Por exemplo, qualificando o quadro de funcionários para a exe-
cução de tarefas sem perda de tempo ou material, reduzindo os
mecanismos de comunicação interna, descentralizando a gestão,
delegando tarefas e, em alguns casos, terceirizando-as, quando
desvinculadas da atividade-fim.
Assegurar as horas de trabalho prazerosas, porém produtivas,
paraquempassará35emais anos deatividadeeque chegae vai
sobre a estupidez dos sistemas de transporte. Antes que seja tar-
de demais, é importante localizar o desperdício com uma grande
conta fios, e extirpá-lo, moldando as nossas gráficas ao mundo
globalizado e competitivo.
Abandonar a postura mais irresponsável que é do descarte, das
demissões,doenxugar ospostosde trabalho. Oquemaisà frente,
irá diminuir o consumo, não como opção, mas pelo desemprego.
Tudo isso, éclaro, paraquemnão temmáquinade fabricar dinhei-
ro oude cobrar impostos.
*Consultordeempresasgráficas,coachediretordaPrintconsult
Ltda /
1...,48,49,50,51,52,53,54,55,56,57 59,60
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