GRAPHPRINT MARÇO16
7
Entrevista
GRAPHPRINT: Como você olha o mercado gráfico atual-
mente?
Gutiérrez:
Mundialmente falando estamos muito bem. O
câmbio favorece os negócios nos Estados Unidos, Europa e
Asia. Em 2015 no Brasil registramos um crescimento forte
emconsumíveiscomaproximadamente30%; nosetordemá-
quinas sentimos quehouveumaquedanomercado comoum
todo. Mesmo assim, nossa participação demercado está em
90%; de dez equipamentos offset, nove são daHeidelberg.
Hoje, cada vez mais, temos clientes que buscam novidades
e partirão para novos nichos de negócios. Todos miram o
retorno do investimento fundamentados na racionalidade. A
definiçãodecomprapassaa sermaiselaborada,háuma lista
dediversos requisitosquehojeoclienteanalisaparadefinir o
momento e o equipamento correto.
No entanto, somos otimistas. Quando os clientes analisam
com maior atenção o investimento acaba sendo bom para
a Heidelberg, que tem produtos à altura do pretendido pelo
mercado. Temos uma lista de projetos que supera os 100
milhões de euros para acontecer no Brasil. Estou falando de
projetos concretos, não de irrealidade.
Perder clienteparaocâmbioaltoéumproblema,masacredito
que a oscilação acaba sendomais preocupante. Sou otimista,
apesar de todas as crises, 2016 vai ser um ano bom para as
máquinas grandes. No casodasmáquinas pequenas, os clien-
tesestãoem transformação, embuscadadiversificação.
Novamente volto a falar em racionalidade de investimento.
Redução de custos, menos insumos utilizados e diminuição
no consumo de energia não podem ser encarados como di-
ferenciais. São premissas básicas. O fabricante tem de en-
tender esta racionalidade emostrar novos caminhos e como
a máquina vai fazer o empresário ganhar dinheiro ao levar
novas alternativas aos seus clientes.
GRAPHPRINT: Falamos aqui de uma nova era de aquisi-
ção de equipamentos gráficos?
Gutiérrez:
Sim. O cliente que compra uma máquina deseja
saber exatamente como seus acessórios trarão, na prática,
resultados significativos. Oclientequer saber quanto vai eco-
nomizar com determinada ferramenta. Ele está focado em
segmentosdemercadoeconfiaemsuacapacidadede inves-
tir e criar recursos para pagar a máquina. De novo, há uma
racionalidademuito grande nomercado gráfico.
GRAPHPRINT: O Brasil, mesmo aos trancos e barrancos,
tem um horizonte de boas trajetórias?
Gutiérrez:
Vamos pegar a crise que começou nos EUA em
2008devidoàquebradeumbancocomoexemplo: adesace-
leração da economia americana, que estava a uma velocida-
de de 80 quilômetros, por exemplo, caiu para 50 km; no Bra-
sil, o reflexo da crise baixou subitamente a economia de 100
km para 10 km. A conclusão é que no Brasil os desafios são
bemmaiores,mesmo assim é a quinta economia domundo
emquestão e tem condição de voltar a crescer rapidamente.
É um país que retorna rapidamente. Assim, o fornecedor que
estiver preparado e estruturado, entrará novamente num
mundo de grandes oportunidades. Por isso sou otimista. Se-
guimos fortes e empenhados em atender o mercado. Caso
vocêmepergunte sobrequandoequanto vai voltar a crescer
não saberia responder. Porém tenho a certeza que voltará a
crescer. Quem estiver preparado sairá na frente. Apostaria
numa retomadamaiornosegundosemestre,comaeconomia
pouco a pouco ganhando fôlego.
Ao nosso favor temos diversos eventos em 2016. O consumo
continua emuito se engana quem pensa que as gráficas não
estão trabalhando. Os problemas que arrastam o país, como
linhas de crédito escassas, dificultam, mas não impedem a
retomada. As gráficas que estãobemposicionadas estão im-
primindo com sucesso.
“Hoje, cada vezmais, temos clientes
que buscam novidades e partirão
para novos nichos de negócios.Todos
miram o retorno do investimento
fundamentados na racionalidade.
A definição de compra passa a ser
mais elaborada, há uma lista de
diversos requisitos que hoje o cliente
analisa para definir omomento e o
equipamento correto. No entanto,
somos otimistas. Quando os clientes
analisam commaior atenção o
investimento acaba sendo bom para a
Heidelberg, que tem produtos à altura
do pretendido pelomercado.”
