Revista Graphprint - Edição 172

ARTIGO GRAPHPRINT DEZEMBRO 16 48 Pra ládeMarrakesh É IMPORTANTEQUEOGOVERNO BRASILEIROAGILIZEA IMPLANTAÇÃODOMECANISMO DECRÉDITOSDECARBONOCOMO FORMADE INCENTIVOÀSAÇÕES SUSTENTÁVEISDOSETORPRIVADO. IDEIA FOI DEBATIDADURANTE CONFERÊNCIADAONU. Por ElizabethdeCarvalhaes* O Brasil chegou bem credenciado à conferência da ONU sobre mudança do clima, a COP 22, realizada em novembro emMarrakesh (Marrocos). Trata-se deum eventohistórico, por ser oprimeiro após a entrada em vigor doAcordo deParis, firmadonoanopassado. Opaís reduziu suas emissões dedesmata- mentoemaproximadamente80%.Maisde40%damatrizenergéticanacional já é renovável, sendoque amédiados países industrializados não alcança os 10%. Nossas emissões por produtos industriais se encontra abaixo damédia mundial. Fomos também a única grande nação emdesenvolvimento a adotar umameta absoluta de redução dessasmesmas emissões. Um futuro susten- tável é factível. Porém, paramanter suas boas credenciais até 2030, quando se espera, se seguido o Acordo de Paris, cortar drasticamente as emissões globais, oBrasil teráqueenfrentar grandesdesafios. Sabe-sequeopaíspas- sapor grave criseeconômica, com fortepressãopor ajustesfiscais. Umadas questões será como incentivar a indústria, imersa nesse cenário, a colaborar com os esforços conservacionistas. É fundamental compreender que o clima é um bem público e, assim, requer ação coletiva global. A conexão com os investimentos privados é elemen- to crucial para o sucesso. Trata-se de um problema eminentemente político e econômico. A solução deve ser vista como uma grande parceria público- -privada, que vámuito além de instrumentos de comando e controle pelo es- tado. A criação demecanismos capazes de precificar a variável do clima nos diversos setores, concedendo bônus, é condição estrutural para direcionar investimentos de larga escala e orientar a escolha do consumidor. Portanto, esse temque ser pontoprioritárioparaogoverno, sobpenadeperdadecom- petitividade e demaior vulnerabilidade. No âmbito das credenciais brasileiras encontra-se a indústria nacional de ár- vores, um setor econômico que congrega todos os segmentos baseados no plantio e no uso demadeira 100% renovável proveniente do reflorestamento. Configuram-se nessa categoria, por exemplo, a biomassa para fins energéti- cos, a celulose, o papel, o carvão vegetal para a siderurgia, a madeira para construçãocivil,alémdeoutrassoluçõesacaminho,comooetanol celulósico e as biorefinarias. Pelos efeitos da fotossíntese das árvores reflorestadas e protegidas, o setor promovediferentes tiposdebenefíciosclimáticosemuma mesma cadeia produtiva: 1) a remoção de carbono da atmosfera e sua con- sequente estocagem pelas florestas plantadas; 2) a remoção e a estocagem pelasflorestasnativas, recuperadaspelosetor; 3) a reduçãodeemissõespelo uso damadeira e derivados, no lugar de produtos e energia de base fóssil e / ou não-renovável; 4) o carbono estocado nos diversos produtos baseados na madeira e derivados. Além disso, destaca-se o papel do reflorestamento e da restauração na proteção de nascentes e na recomposição de áreas de recarga, contribuindo para a conservação de recursos hídricos, emmeio a corredores ecológicos que interligam regiões de plantio e de preservação. Trata-sedo setor quemaispreservaflorestasnativas, comaproximadamen-

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