Revista Graphprint - Edição 150 - page 55

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ARTIGO
A Internet das Coisas (conhecida
pela sigla IoT, do inglês Internet of
Things) hoje é muito mais do que
uma revolução tecnológica. Fruto da
evolução contínua da computação e
da comunicação, ela se tornou uma
revolução social, com impacto direto
na vida das pessoas, nos negócios e
no comércio. De acordo com a con-
sultoria IDC, o mercado de IoT irá
movimentarUS$7,3 trilhõesemape-
nas três anos. Além disso, o Gartner
estima que, até 2020, existam de 26
a30bilhões dedispositivos conecta-
dos à Internet das Coisas.
Para entender o que esses números
superlativos representam no nosso
dia a dia, basta prestarmos atenção
no uso que já fazemos dos disposi-
tivos móveis. Estima-se que, atual-
mente, uma pessoa está rodeada por
quatroou cincodesses aparelhos, em
média. Isso porque a tecnologia tor-
na nossas aspirações humanas mais
prováveis, ajudando a realizar tarefas
Comoa Internet dasCoisasmudao
cotidianodas pessoas e empresas
PorWeberCanova*
*Vice-presidentede tecnologiadaTOTVS,desdeque ingressounacompanhia,em1995.Atuouem
diversosprojetoscomoarquitetochefe.Foi responsável,por exemplo,pelacriaçãoeconstrução
dasplataformasTOTVSTec.eFluig.
demaneiramais fácil. Com o advento dos smartphones, um dos protagonistas dessa nova
era, passamos a usufruir de uma explosão de conexões. Nunca antes estivemos tão conec-
tados com outras pessoas, ambientes, empresas e objetos.
Diferentemente de evoluções anteriores, em que as grandes novidades tinham suas es-
treias nas empresas, como é o caso do uso de aparelhos de fax, hoje é comum os usuários
possuírem dispositivosmóveis e outras tecnologias para uso pessoal mais potentes do que
as usadas no ambiente corporativo. E este semostra um dos grandes desafios desse novo
tempo: asorganizaçõesprecisam sepreparar eoferecer algoamaisaoscolaboradoreseao
mercado. Companhias de diversos setores já perceberam essemovimento e começaram a
investir não apenas em aparelhosmóveis,mas também em aplicativos e soluções capazes
de transformar toda essamassa de dados em informações inteligentes e usáveis.
Com isso, cada dia mais presenciamos o surgimento dessas novas tecnologias fazendo a
conexão entre pessoas e objetos – os chamados wearables devices (dispositivos digitais
para vestir). Com eles, entre outras funções, já épossívelmedir apressão arterial, controlar
taxasdeglicose,medir temperatura corporal, automatizar residências, controlar temperatu-
rae luzdeumambiente,entregarencomendas,monitorar lugares,gerenciar frotas, fazerum
carroestacionar sozinho, controlar produção, entreoutras atividades. Isso tudoapenas com
a ajuda de celulares, relógios, pulseiras, etiquetas de rádio frequência (RFDI) e drones. Ou
seja, jáestamosnaeraemqueobjetos inteligentesnosajudama realizar tarefascotidianas,
seja em casa ouno trabalho.
E todo essemovimento caminha para o futuro, não sendomais possível voltar ao que éra-
mos antes – seres desconectados e repartidos entre vida pessoal e profissional. Hoje, a
interaçãoé frequenteeasempresas jáentendemopotencial dessamudançae investemno
desenvolvimento de novas fontes de valor. É possível perceber a presença da Internet das
Coisas na criação de novosmodelos de negócios e serviços on-lines, na crescente geração
de informaçõesem tempo real,na identificaçãoeficazdeusuáriosaoacessaremsistemase
devices, no gerenciamento global de operações, no refinamento de operações inteligentes,
na oferta inovadora de computação em nuvem, no expansivo uso de redes sociais, além do
cuidado na proteção e na privacidade durante a troca de todos esses dados interligados.
Porém, antes de uma companhia propor a interação entre objetos e pessoas é preciso uma
análise criteriosa e honesta para saber se existemesmo essa demanda. É importante iden-
tificar se o seu público-alvo tem a necessidade de enviar um e-mail pelo fogão da cozinha,
por exemplo, ou se seria mais relevante ele acessar informações em tempo real sobre o
fechamento de um contrato importante, ou ainda acompanhar à distância o quadro clínico
deumpaciente. Éprimordial usar obomsensoparaquea tecnologianãopercasua razãode
existir: a de atender as aspirações humanas de forma a facilitar suas tarefas.
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