Revista Graphprint - Edição 165 - page 11

GRAPHPRINT MAIO16
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Entrevista
cada membro da empresa, ou seja, estímulo à capacitação
e à meritocracia, evitando que familiares assumam funções
paraosquaisnãoestãoaptos; governançacorporativa,como
estabelecimento demetas e objetivos a curto,médio e longo
prazo; análises de mercado para um crescimento planejado
e atualização tecnológica de acordo com as oportunidades
domercado; programas de qualificação de sucessores, pre-
parando-os para assumir as áreas estratégicas da empresa.
Sabemos que a área gráfica passa por ummomento crucial,
onde somente asmais competitivas irãopermanecer. Nãohá
mais espaço para desperdícios ou despreparo, e estes são
pilaresparaasaúdeouatémesmoasobrevivênciadasgráfi-
cas familiares, especialmente as pequenas emédias.
GRAPHPRINT: Quais são os passos fundamentais que le-
vam a uma sucessão empresarial sem grandes sustos?
Ou não hámudança de liderança sem grandes sustos?
Ricca:
Para realizar o processo sucessório, o fundador deve
seguir alguns passos. A sucessão deve ser planejada e re-
quer tempo. É importante que o processo seja realizado na
presençado fundador,poiseleexerceráopapel dementor de
seu sucessor. O sucessor deve possuir o perfil do cargo que
irá assumir, bem como o da empresa; os valores têm de ser
compatíveis. Além disso, a empresa familiar possui pilares
fundamentais que devem ser transmitidos ao sucessor. São
GRAPHPRINT: Quase 70% das empresas familiares no
Brasil pretendem fazer investimentos nos próximos seis
meses.Desse total,67%pretendemempregá-losnonegó-
cio atual, 20% investirão em expansão nacional ou inter-
nacional e 12% buscarão a diversificação de projetos. Os
dadosconstamna“Retratosde família - umpanoramado
histórico e perspectivas futuras das empresas familiares
brasileiras”,pesquisa realizadapelaKPMGnoBrasil, com
o apoio do ACI Institute e do Board Leadership Center, e
que contou com cerca de 200 entrevistados distribuídos
por 16 estados brasileiros. A pesquisa, em sua opinião,
retrataoatualmomentodas empresas familiares?
Ricca:
Por não existiremmuitas pesquisas acerca do univer-
sodas organizações denatureza familiar, qualquer dado con-
sistente apresentado por meio deste tipo de estudo é muito
importante. Por outro lado, devemos considerar queaempre-
sa familiar representa cerca de 90% do parque empresarial
brasileiro, e em suamaioria é composta de pequenos emé-
dios empreendimentos, que, provavelmente, não são o perfil
dos entrevistados pelaKPMG.
A oferta de crédito para os empreendimentos demenor por-
te é limitada e,muitas vezes, indisponível, o que afeta seria-
mente os menos capitalizados. Burocracia e tributação são
também fatores quedificultamaexpansãoemesmoa sobre-
vivência dasmicro e pequenas empresas.
GRAPHPRINT: O mercado gráfico, especificamente, vive
uma atmosfera empresarial cercada de pequenas emé-
dias empresas em sua imensamaioria. Você já teve ex-
periêncianessesetor?Quaisos trabalhosquepodemser
customizados ao setor gráfico?
Ricca:
Sim, já desenvolvemos consultorias para o mercado
gráfico. Nesse segmento é interessante observar que os fun-
dadores e as primeiras gerações de sucessores comumente
vêm de ummercado altamente aquecido pelas publicações
impressas,peloamadurecimentodomarketingnasempresas
e pelas agências de publicidade, até o fim dos anos 90. De lá
pra cá este cenário começou a ser invertido, tanto pela che-
gadadosmeiosdigitaisquantopela saturaçãodomercado. O
desafio das novas gerações é bem diferente dos desafios de
seus antecessores.
Não podemos falar em customização de serviços por seg-
mento, pois cada gráfica possui sua cultura e práticas cor-
porativas individuais,mas asprincipais contribuiçõesqueum
trabalho de consultoria especializada pode oferecer às gráfi-
cas envolvem: profissionalização em todos os níveis; gestão
de recursoshumanos, considerandoas reaisqualificaçõesde
“Já desenvolvemos consultorias para
omercado gráfico. Nesse segmento é
interessante observar que os fundadores
e as primeiras gerações de sucessores
comumente vêm de ummercado altamente
aquecido pelas publicações impressas,
pelo amadurecimento domarketing nas
empresas e pelas agências de publicidade,
até o fim dos anos 90. De lá pra cá este
cenário começou a ser invertido, tanto pela
chegada dosmeios digitais quanto pela
saturação domercado. O desafio das novas
gerações é bem diferente dos desafios de
seus antecessores.”
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