Revista Graphprint - Edição 172 - page 7

GRAPHPRINT DEZEMBRO16
7
Entrevista
Estamos prestes a encerrar mais um ciclo de 12meses
e gostaria de saber sua opinião sobre o ano vivido pela
indústriagráfica.Deuma formageral,houveevoluçãoou
fecharemos com números negativos?
Assim como todo o setor industrial do nosso país, a indústria
gráficabrasileira,queveiodeumanobastante ruimem2015,
no qual apresentou uma queda de 13,9% em sua produção
física industrial, está tendo um ano bastante volátil, uma vez
que no primeiro trimestre o ambiente de negócios ainda es-
tava bastante hostil, no segundo demonstrou uma melhora
em virtude do aumento generalizado do índice de confiança
dos agentes de mercado, notadamente impulsionados pelo
processo de impeachment da ex-presidente, bem como pela
aproximação das olimpíadas e período eleitoral. Já o terceiro
trimestre decepcionou. A produção física da indústria gráfica
caiu 5,1% na comparação com o terceiro trimestre do ano
passado,ouseja,basicamenteem linhacomocomportamen-
to do restante da indústria de transformação, cuja produção
recuou 4,8%namesma comparação.
A previsão é que seja registrada queda na produção física da
indústria gráfica na consolidação dos resultados deste ano
Osenhordefendeclaramentea reduçãodos juroseacre-
dita que a recuperação também depende de outrasme-
didas consistentes. Há um horizonte positivo no Brasil
atualmente?
Como o Banco Central iniciou recentemente o ciclo de corte
da taxade juros, as perspectivas paraopróximoano são cer-
tamentemelhores, apesar de levar um tempo para que esta
medida impacte significativamente a economia. Todavia, ain-
da há uma série de ações que devem ser tomadas para que
este cenário se concretize, tais como reformas tributária e
fiscal, trabalhista e da previdência, enxugamento dos gastos
edadívidapúblicaem todasasesferasdegoverno, definição
de agenda macroeconômica transparente de médio e longo
prazo e estabelecimento de uma política industrial consis-
tente e coerente, sem privilégios para setores específicos,
de forma a que este conjunto de medidas possa viabilizar a
retomada do crescimento do país e da geração de emprego,
com consequente aumento e distribuição de renda para toda
a sociedade brasileira.
Porém, vale ressaltar a atual restrição de crédito no merca-
do, que agrava a difícil situação financeira das empresas e,
consequentemente, uma retomadamais vigorosa no nível de
emprego do país.
Resumidamente, as perspectivas para o próximo ano são po-
sitivas, porém o espaço para otimismo é limitado.
A equalização cambial tende a caminhar firme no mer-
cado brasileiro? Neste sentido, quais as vantagens para
a indústria gráfica?
Segundo as recentes estimativas constantes no Boletim Fo-
cusdoBancoCentral,a taxadecâmbioseelevouparaR$/US$
3,30 no final deste ano, impulsionada pela vitória de Donald
Trump nas eleições presidenciais americanas, ao passo que
amedianaparaofinal de2017permaneceuemR$/US$3,40.
Em se confirmando este cenário de estabilização cambial, a
expectativa é favorável não só para o resultado da balança
comercial da indústria gráfica nacional, bem como também
para minimizar eventuais impactos na elevação dos custos
dasmatérias-primas e insumos dolarizados.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, In-
dústria e Comércio Exterior (MDIC), a balança comercial da
indústria gráfica encerrou o terceiro trimestre deste ano com
superávit deUS$2,9milhões, semantendosuperavitáriapelo
terceiro trimestre consecutivo,mas com valormaismodesto.
A combinaçãode estagnaçãodo comérciomundial e aqueda
nacotaçãododólar ocorridanoperíodopodeser a razãopara
este resultado, impactando exportações e importações.
O senhor defende também a necessidade urgente de re-
formasestruturaisdo regime tributário,daprevidênciae
trabalhista. Podemos falar em avanços recentes?
Infelizmente,nestescamposaindanão temosavançossignifica-
tivosdevidoànecessidadeda realizaçãodeamplodebatedogo-
vernocomasociedadeeoCongressonacional,umavezquesão
temaspoliticamentedelicadosededifícilobtençãodeconsenso.
OSummit deComunicação realizado recentementemos-
trou, pelo menos na minha visão, que a demanda por
impresso vive uma expectativa de retomada. O senhor
acredita em bons ventos em 2017?
Semdúvida, o sucesso obtido nas duas edições doSummit de
Comunicaçãodemonstraumaclarae inequívocaexpectativana
“Um clima demaior otimismo tomou conta
dos agentes demercado, fazendo que o ritmo
de queda da economia desacelerasse, porém
ainda há váriasmedidas estruturais que
devem ser colocadas em prática, algumas
delas anteriormente citadas, para que este
cenário demelhora se confirme e evolua.”
1,2,3,4,5,6 8,9,10,11,12,13,14,15,16,17,...52
Powered by FlippingBook