Revista Graphprint - Edição 158 - page 56

SUSTENTABILIDADE
GRAPHPRINT SETEMBRO 15
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Jáépassadoomotedeque sustentabilidadeeracoisade“marketing verde”, eque
todas as empresas, incluindo as do ramo gráfico, deveriam semostrar amigas do
meio ambiente, ainda que não o fossempor completo.
A última crise hídrica, quando os reservatórios e fontes de captação d´água da
maior cidadedopaís apresentaramníveismínimos, fazendo comque a cidade e as
indústrias vislumbrassemum colapsoem suas operações,mostroua todos que ser
sustentável ealiar, demodo rentável, produçãoeficientee cuidadoambiental nãoé
marketing, e, sim, algo essencial para o crescimento econômico.
Emais: a situação deve ser vista e analisada com base em um horizonte bastante
amplo, diante do qual ninguém pode se eximir de responsabilidade: fabricantes de
tecnologia, empresários, governantes e, claro, o cidadão.
Alguém que não enxergamal algum em jogar uma garrafa plástica no rio, em não
reciclar, ou, ainda, em lavar sua calçada com água, certamente está contribuindo
para a aceleração de uma crise de grandes proporções – quando, finalmente, o
planeta dirá“basta”, e obrigará pessoas e empresas a reverem seus conceitos.
Antes que isso ocorra, há segmentos na indústria gráfica que começam a semo-
vimentar. Vejo, como alguém que trabalha em um grande fabricante de tecnologia,
que a preocupação em desenvolver soluções sustentáveis (e rentáveis) não é falá-
cia. Omercado e os negócios precisamdelas.
Tomemos, ainda dentro do universo gráfico, o caso de São Paulo, estado que viveu
uma crisehídricaatípicaem2014. SegundoaAbigraf, 28,5%dos estabelecimentos
gráficos estão sediados no estado, o qual abriga, proporcionalmente, o maior nú-
mero de gráficas do país. Pormuitos anos, a indústria gráfica esteve associada ao
consumo de papel, que, por sua vez, assistiu crescer ao redor de si omito de que
imprimir era sinônimo dematar árvores e devastar florestas. Obviamente, o estado
deSãoPaulo, pela suapujançaprodutivae fabril, foi tomado como referênciae, por
algum tempo, apressão junto às gráficas para que a impressão empapel reciclado
crescesse foi grande.
Hoje, através de ações educacionais e de conscientização, sabemos que ser sus-
tentável e ecológico não envolve imprimir em papel. Aliás, a indústria papeleira
(aquela certificada e antenada com as normas internacionais) não está, de modo
algum, acabando com florestas. Falar em sustentabilidade nomeio gráfico é tratar
de algomais amplo e complexo; é analisar consumo energético, de água, e horas
de trabalho sendo refeito - o que impacta sobre os custos totais das empresas, e,
consequentemente, sobre o consumo de energia, tinta, água, químicos etc.
No que tange ao gráfico, deve-se buscar alternativas paraminimizar esse desper-
dício e a necessidade de refazer trabalhos, soluções de hardware mais eficazes
energeticamente e sistemas de gestão que permitam otimizar a produção. Do lado
do fabricante, deve-se, por sua vez, investir em tecnologiaparadesenvolver opções
quepermitamaosgráficosabraçar soluções sustentáveis,manteremouampliarem
sua rentabilidade, semperder omínimo de qualidade.
Sustentabilidadena
indústriagráfica: semmitos
Por EnioZucchino*
Felizmente, hoje trabalho em uma empresa
que é pioneira nesse tipo de ação através da
tecnologiadechapassemprocessamento–ou
seja, sem químicos, água ou uso de processa-
dora, o que impacta na redução do consumo
energético. Isso significa que posso afirmar,
com conhecimento de causa, que os fornece-
dores de tecnologia gráfica estão convergindo
(e investindoaltas somasdedinheiro) paraoti-
mizar os processos de seus clientes no que se
refere à impressão ecológica.
E o mercado? Afirmo, também com conheci-
mento de causa, que abraçar tecnologias sus-
tentáveisdeixoudeserumaopçãoparaasem-
presas gráficas. O cliente está exigindo isso;
a sociedade e a mídia, cobrando. Não é à toa
que, citando o exemplo da Sonora, somam-se
mais de 1800 clientes usuários no mundo, e,
noBrasil, assistimos ao produto se tornar líder
emmarket share em várias regiões. A deman-
da justificou, inclusive,aampliaçãodaunidade
fabril de chapas emColumbus (EUA).
Mas a chapa é uma parte do processo com-
pleto da produção sustentável. Uma indústria
(eummundo) verdadeiramenteamigadomeio
ambiente exige a união de ações individuais e,
também, que a sustentabilidade entre como
pauta nos projetos e estratégias industriais.
Os fabricantes estão atentos; para os gráfi-
cos, processos limpos de produção estão se
tornando obrigatórios; e, à sociedade, cabe a
conscientizaçãodequeoplanetaéde todos, e,
emassimsendo,devemoscobrar e ter atitudes
que assegurem a longevidade dos recursos de
nosso planeta.
E você? Está fazendo sua parte?
*Gerentedeprodutopré-impressãodaKodak
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