Revista Graphprint - Edição 155 - page 38

MÍDIA
GRAPHPRINT JUNHO15
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Além do aumento do uso de dispositivos móveis, houve também
um significativo crescimento da “social web” (as redes sociais),
o que, segundo o estudo, tem transformado a dinâmica do flu-
xo de informação. Por exemplo, o relatório destaca que, entre os
adultos americanos que usam a internet, quase ametade recebe
semanalmente na sua conta do Facebook alguma notícia sobre
política ou governo. Aqui, o estudo chama a atenção para o fato
de que essa dinâmica da informação não é apenas influenciada
pelos amigos – a força do compartilhamento entre conhecidos –,
mas também pelos algoritmos que as redes sociais utilizam para
determinar o que vai receber destaque na tela de cada um.
A superabundância de informação e de compartilhamento entre
os amigos leva aque o ambientedas redes sociais não seja total-
mente neutro, exigindo que os administradores das redes sociais,
com os seus algoritmos, definam a hierarquia da informação.
Conforme o State of The News Media 2015, que também abarca
outras mídias, como televisão, rádio e revista, a tecnologia vem
ampliando oportunidades, com a informação disponível emmais
plataformas, e isso é extremamente positivo. Mas também indica
que o decisivo não é a novidade em si,mas a preferência do usu-
ário. O estudo alerta que “as plataformas tradicionais demaneira
nenhuma foram abandonadas”. O papel resiste. O papel ainda faz
muitos leitores felizes.
Amídia impressacontinuasendoaplataformaexclusivapara56%
dos leitoresde jornaisnosEstadosUnidos,afirmaa12.ª ediçãodo
State of The NewsMedia 2015, estudo anual elaborado pelo Pew
Research Center, que apresenta um retrato damídia nos Estados
Unidos. Houve, inclusive,aumentodeumpontoporcentual nocon-
sumo exclusivo do jornal impresso em relação ao ano anterior.
O papel continua tendo a preferência do leitor de jornal. A esse
porcentual do consumo exclusivo por jornal impresso somamse
11% que o fazem no papel e no computador e outros 11% que
o leem em todas as plataformas. Apenas 5% leem os jornais
exclusivamente emdispositivosmóveis (tablets e smartphones).
Ou seja, de cada 10 leitores de jornais, mais de 8 leem o jornal
impresso.
Oestudo tambémapontaocrescimentodoacessodigital pormeio
de celulares e tablets. Em 39 dos 50 maiores sites americanos,
o acesso por meio de um dispositivo móvel supera o acesso via
computador.
Nos sites jornalísticos, esseporcentual éaindamaior. Para19dos
25 sites de jornais (e aplicativos associados) demaior tráfego, o
uso por dispositivosmóveis foi aomenos 10%maior que o aces-
so por computadores (desktops ou laptops). Em cinco jornais, os
números foram próximos, com uma diferença de menos de 10%
entreosdois. Emapenasum, o jornal HoustonChronicle, oacesso
por computador foi responsável pormaisvisitasqueoacessomó-
vel. Em2014,anoaoqual apesquisase refere, comprovousemais
uma vez que a audiência digital dos jornais superou, emmuito,
a sua circulação. Por exemplo, num período de ummês, o jornal
NewYorkTimes teveumacirculaçãomédiade650mil exemplares
impressos contra 1,4milhão de assinaturas digitais e 54milhões
devisitantesúnicosdositeedeaplicativos relacionadosao jornal.
OPewResearchCenter entende que os dados doNewYorkTimes,
por exemplo, não contradizem os resultados sobre o consumo de
mídia impressa. Eles mostram diferentes tipos de consumo de
informação jornalística. Para o estudo, uma coisa é a leitura do
jornal, na qual continua a prevalecer amídia impressa, outra é o
consumo pontual de uma notícia; por exemplo, acessar um link
de um jornal compartilhado por um amigo. Ainda que parte do
conteúdo seja comum, o importante é reconhecer que são tipos
de consumodiversos, com impactosmuitodíspares epúblicos de
perfis diferentes. Nesse sentido, o State of The NewsMedia 2015
confirma que os dados demográficos gerais de leitores de jornais
semantêm: quem temmaior grau de escolaridade ou renda está
mais propenso a ler jornal.
Opapel resiste!*
*Fonte: OEstadodeSãoPaulo -
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