Revista Graphprint - Edição 148 - page 17

acontece
nomercado
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O faturamento real dasmicro e pequenas empresas (MPEs) do Es-
tado de São Paulo aumentou apenas 0,8% no primeiro semestre
deste ano, na comparação com igual período de 2013, já descon-
tada a inflação. Foram os primeiros seismesesmais fracos de um
anopara asMPEs paulistas desde2009, época emque se sentiam
os efeitos da crise financeira internacional. O resultado evidencia
forte desaceleração no ritmo de crescimento da receita dasMPEs
paulistas.
A receita total das MPEs no semestre foi de R$ 285,4 bilhões, R$
2,4 bilhões a mais do que no mesmo período do ano passado. A
receita registradaem junhoficouemR$45bilhões,1,9%menor do
quenomesmomêsde2013. Osdados sãodapesquisade conjun-
tura Indicadores Sebrae-SP.
A desaceleração da atividade econômica - com inflação elevada,
salários com aumentos reais (já descontada a inflação)menores e
piora na confiança dos empresários e consumidores - tem afetado
as receitas dasMPEs.
“Sem dúvida, o desempenhomodesto da economia prejudicou os
resultados das micro e pequenas empresas no semestre. Com os
jogos daCopa, houve uma diminuição do número de dias úteis em
junho e os reflexos foram sentidos principalmente na indústria e
no comércio”, afirma o diretor técnico doSebrae-SP, IvanHussni.
Por setores,o faturamentoda indústrianosemestrecaiu2,9%ante
os primeiros seis meses de 2013 e a receita do comércio recuou
Microepequenasempresaspaulistas têm
opiorprimeirosemestredesde2009
1,9%. Serviçosapresentaramaltade5,5%no faturamentonames-
ma comparação. Na análise por regiões, as MPEs do interior do
Estado registraram elevação de 2,6% no faturamento no primeiro
semestre em relação aomesmo período de 2013. Omunicípio de
São Paulo teve alta de 2,1%. Já o Grande ABC apresentou queda
de 10,2% na receita e a RegiãoMetropolitana de São Paulo, baixa
de 0,9%.
“No Grande ABC, há uma concentração relativa de indústrias dos
setores automobilísticos e de autopeças que movimentam toda
uma cadeiade fornecedores compresençadeMPEs, porém o fraco
desempenho do setor afetou diretamente os pequenos negócios”,
explicaocoordenador depesquisasdoSebrae-SP,MarceloMoreira.
No semestre, o pessoal ocupado nas MPEs, que inclui sócios e
proprietários, familiares, empregados e terceirizados, sofreu uma
variaçãode -0,2%no confronto com igual períododoanopassado.
Namesma base de comparação, o rendimento real dos emprega-
dos teve variação positiva de 0,1%, ou seja, ficaram praticamente
estáveis. O gasto total com salários das MPEs paulistas registrou
elevação de 1,4%.
Em julho, amaior parte dos donos deMPEs paulistas (59%) disse
esperar estabilidadepara o faturamentoda empresanos próximos
seis meses. Nesse aspecto houve um avanço ante julho de 2013,
quando 55% tinham essa expectativa. A parcela dos que esperam
melhora não mudou de julho do ano passado para o mesmo mês
deste ano (26%). Já os que aguardam piora eram 8% em 2013 e
agora caírampara 6%.
Com relação à economia brasileira, 51% dos empresários entre-
vistados afirmaram em julho esperar estabilidade, um aumento
de dois pontos porcentuais na comparação com julho de 2013. O
grupo dos que aguardam piora permaneceu praticamente estável:
eram21%no anopassado eum anodepois são22%. Aparcelade
empresários que acredita emmelhora também semanteve próxi-
ma: 19% em julho deste ano e 21% em igualmês de 2013.
“A expectativa é que no segundo semestre haja uma melhora na
economia do País, impulsionada pelas vendas de Natal e algum
alívio na inflação”, afirma Moreira. “Mas não dá para alimentar
grandes esperançasde recuperaçãodos setoresdebensduráveis,
que inclui eletrodomésticos e móveis, automóveis e autopeças, o
queé ruimparaasMPEs”,destacaele. “Comaeconomiabrasileira
crescendo pouco, as MPEs terão dificuldade de obter resultados
muito melhores, já que o mercado interno é o principal pilar de
sustentação delas”, diz.
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